tag:blogger.com,1999:blog-4211256546247712126.post7824497920025759948..comments2022-11-14T12:08:38.867+00:00Comments on Ofídio: A festa da carneUnknownnoreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-4211256546247712126.post-75645937998125050092011-03-10T07:39:34.056+00:002011-03-10T07:39:34.056+00:00Sim, sem dúvida! Isso tudo está correcto. Eu apena...Sim, sem dúvida! Isso tudo está correcto. Eu apenas tentei não teorizar muito sobre o assunto, mas agradeço a achega.Joao Pedrohttps://www.blogger.com/profile/07599642291546295110noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-4211256546247712126.post-52361075059777423422011-03-09T22:56:30.127+00:002011-03-09T22:56:30.127+00:00Lamento mas não concordo contigo, o Carnaval brasi...Lamento mas não concordo contigo, o Carnaval brasileiro baseia-se numa sexualidade mais gráfica, no mostrar a carne, mas o Carnaval de Veneza é o verdadeiro representante da quadra. As pessoas usam máscaras para poderem encarnar por um dia as suas fantasias, normalmente ditas anormais e até patológicas. A máscara, ou o anonimato, serve para libertar o individuo das "normas sociais" vigentes (que é o mesmo que dizer dos medos, vergonhas, tabus, juízos, etc...), nesse aspecto o Carnaval de Veneza assemelha-se mais às festividades pagãs que o originaram. Falaste do Carnaval em Portugal, o dito tradicional (o que quer que isso queira dizer). Os caretos de Podence não são uma personagem do Carnaval per se, outras festividades há em Trás-os-Montes que obedecem ao mesmo sistema (jovens normalmente mascarados, "autorizados" pela comunidade em que estão inseridos a participar numa "loucura"colectiva. Este era o período em que rapazes e raparigas podiam conviver. No resto de Trás-os-Montes (sobretudo no planalto mirandês) chamam-se a essas festividades as "Festas de Inverno"(onde o Carnaval está inserido). Era um período de excessos após aquilo a que os antropólogos chamam de morte (= Inverno). No Inverno a comunidade fecha-se sobre si própria, o convívio resume-se à familia, os recursos escasseiam, o trabalho no campo é reduzido ao mínimo...(a infertilidade dos campos associada com ideias de morte). Para superar estes obstáculos as comunidades tiveram de "criar" mecanismos que possibilitassem e facilitassem o convívio inter-familiar, que reforçasse os laços entre a comunidade, que quebrasse o tempo morto e simultaneamente os fizesse lembrar da fertilidade que está para vir. Nada melhor que a juventude em excessos para tal. As religiões celto-ibéricas pagãs seguem este padrão e frequentemente fazem menção a figuras demoníacas ou dionisíacas. Desculpa o testamento...estudei este assunto a fundo e fiz até trabalho de campo sobre ele na bela aldeia de Vila Chã da Braciosa (no planalto mirandês) onde fazem uma festividade de nome "A festa da Belha". Pode pesquisar mais sobre o assunto lendo Benjamim Pereira (um etnográfo que tem se esforçado muito para entender as Festas de Inverno e o uso recorrente de máscaras nas mesmas). O Carnaval que vemos no Brasil, foi certamente levado pelos Portugueses, e alterado para se adaptar a um novo cenário social e ambiental (onde não há inverno, por exemplo). A exposição do corpo quase total poderá dever-se ao facto da religião católica lá nunca ter conseguido (pelo menos na população indígena e africana) "amarrar" as dinâmicas sexuais.soraia silvahttps://www.blogger.com/profile/01983461827490947265noreply@blogger.com