Talvez fosse exagero dizer que a expressão corporal tem o poder de dizer muito de uma pessoa. Certas pessoas são capazes de um à-vontade na comunicação com uma larga audiência, mas depois falham nas relações interpessoais mais próximas.
A nossa classe política sempre teve um certo desconforto com a dança. À laia de exemplo, certa vez, um militante do PCP, Jerónimo de Sousa, numa campanha presidencial, ensaiou uns passos de dança, pelo que foi ridicularizado e feito alvo de troça desde então.
O episódio inesquecível das últimas eleições para o município de Lisboa, em que Santana dançou com as velhas é fantástico. O seu adversário e consequente vencedor das eleições, António Costa, na altura recusou uns passinhos de dança, para não estragar a imagem de político sério.
Desconheço se José Sócrates sabe ou não dançar, ou se eventualmente dança bem ou não. Embora consiga reconhecer que lhe falta jogo de cintura e que a indumentária de teflon que usa também não ajude a tal.
Por mim, a única dança que conheço é a dança da serpente. A revolta vai-se sentindo aos poucos entre os mais nervosos, e esta pode morder o seu encantador, no momento em que a música parar de tocar.
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