segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Halloween Jiggle

Hannah Minx

Hannah Minx é uma das vloggers mais populares do youtube, onde abana a sua experiência local com a cultura japonesa, embora eu possa garantir que nesses vídeos não tomei atenção a quase nada.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Medidas contra a austeridade

1. Usar um edredão na cama, devido ao acentuado arrefecimento nocturno.

A estratégia de Passos é a mesma de Sócrates: aplicar as medidas a conta-gotas, ou algo espaçadas no tempo, para a proverbial capacidade de adaptação dos portugueses as conseguir ir aceitando sem muito desconforto, e a sua imagem política se degradar o menos possível. Assim, vamos alegremente caminhando para o Inverno.

A adaptação é mais fácil devido ao facto do BCE não imprimir mais moeda, o que faz com que a inflação não dispare. Por outro lado, os nossos bancos comerciais são obrigados a estar constantemente a despejar capital na economia, o que no nosso caso significa "grandes empresas públicas deficitárias", recusando o crédito às pequenas empresas. As mortes lentas são as preferidas dos sádicos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Olé, olé

Tenho de deixar de sonhar com cadáveres carbonizados, que dão a ilusão que se movem devido ao vento. Quando não me lembrava dos sonhos, a vida era mais fácil. Devo no entanto avisar os membros do governo mais os deputados das comissões da treta para acabarem com a guerrilha partidária. ...é só porque o pessoal já anda farto! Até podem continuar na mesma a fingir que governam, mas o pessoal já anda farto...
Já aqui tinha escrito, a propósito da Inês de Medeiros, que tolero melhor a arrogância num político do que a mentira ou a manipulação. A manipulação da vitimização. Coitado do pobre de espírito do senhor Miguel Macedo. Comparando com o que ganham, por exemplo, as crianças operárias filipinas que fabricam os bens que nós usamos, que ganham um punhado de tostões, literalmente cêntimos de euro, ninguém consegue reconhecer a elevação do senhor, ao se ter desprendido de tão fabulosa maquia.

Mas as comparações com os países em vias de desenvolvimento empalidecem com as comparações com os países desenvolvidos, aqueles países onde os ministros que são apanhados têm o imperativo moral de se demitirem. Portugal tolera bem os seus sem-vergonha. O ministro, mesmo sendo apanhado, poderia continuar a usufruir da sua pequena subvenção, que não iria ser isso que o iria desgastar. Será que os cidadãos contribuintes ainda não compreenderam que o dono do MAI pode fazer o que quiser? Será que o BPN já não mostrou ao cidadãos contribuintes que o dono do MAI pode fazer o que quiser? Tanta indignação para quê?
A espuma ao canto da boca do senhor Miguel Macedo, dono do MAI, com as suas tropas de choque em prontidão para aviarem no cidadão contribuinte, e depois este último indigna-se desta forma. Que injustiça!

domingo, 23 de outubro de 2011

Tempo de Chuva

Caem devagar as gotas de chuva no quintal,
enquanto assim sacodem de manso o limoeiro.
Amanhã verás os mercados do grande capital,
levarem a tua forragem de Inverno por inteiro.
Tudo o que tiveste, ó pequeno burguês, te será levado,
quando os doutores em economês te tratarem como gado.
Mas não te preocupes, que o pouco que te deixarão,
será o que agradecerás, de joelhos e chapéu na mão.

sábado, 22 de outubro de 2011

Escolha o seu ditador favorito (actualização)

Conferir o post original aqui

A invasão da Líbia começou na Primavera. Após oito meses de extensivo e regular bombardeamento da OTAN já podemos encerrar este capítulo e os pescadores de Tripoli já podem lançar as suas redes sem correrem o risco de levarem com um drone americano na cabeça. O ditador poderia ter sido julgado, caso tivesse sido capturado por um exército regular, que cumpre regras, em vez de o ter sido por um bando de animais. Os verdadeiros assassinos são o Obama, a senhora Clinton, e o papá Sarkozy. Parabéns.
A verdadeira notícia é a de que a senhora Bruni pariu a filha da mãe - o pai já se encontra na andropausa, apesar da tesão toda que os Rafale dão - e os felizes papás poderiam ter-lhe dado o nome de Líbia, que é nome de rapariga.


Médio Oriente e Norte de África


Muammar al-Gaddafi, Líbia (desde 1969)
Ali Abdullah Saleh, Iémen (desde 1978)
Ali Khamenei, Irão (desde 1981)
Hosni Mubarak, Egipto (desde 1981)
Bashar al-Assad, Síria (desde 2000)

Monarquia Absoluta:
Bin Said al Said, Omã (desde 1970)
Abdullah Bin Abdul-Aziz, Arábia Saudita (desde 2005)


África Subsariana

Paul Biya, Camarões (desde 1975)
Nguema Mbasogo, Guiné Equatorial (desde 1979)
Robert Mugabe, Zimbábue (desde 1980)
Omar al-Bashir, Sudão (desde 1989)
Idriss Déby, Chade (desde 1990)
Isaias Afewerki, Eritreia (desde 1993)
Ismail Omar Guelleh, Djibuti (desde 1999)
Joseph Kabila, Congo (desde 2001)
Salou Djibo, Níger (desde 2010)

Monarquia absoluta:
Mswati III, Suazilândia (desde 1986)


Extremo Oriente

Than Shwe, Myanmar (desde 1992)
Kim Jong-il, Coreia do Norte (desde 1994)
Choummaly Sayasone, Laos (desde 2006)
Nguyen Phú Trong, Vietname (desde 2011)


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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Freud iria ter um prato

Seria Freud ou Jung? Não sei se foi hoje ou se foi ontem, penso que dependerá do fuso horário. Mas sonhei. Devido à raridade desta situação, as minhas purgas oníricas sucedem-se em catadupa, como se a história que eu sonhasse se apresentasse num livro de arte sequencial. Como se estivesse a ler uma banda desenhada ou um manga. A preto e branco. Com painéis uns após os outros.
Se me lembrasse do sonho, provavelmente teria uma boa história, ou talvez um bom argumento. Creio ter pensado nisso à medida que ia sonhando, embora nunca me tenha assaltado a ideia de que se tratava efectivamente de um sonho. Informação... dados... enquadramento bidimensional... nada mais...
De repente, o meu organismo começa a pulsar, e dessa pulsação ela emerge. O sonho apresenta agora contornos coloridos e aparece-me como um filme, uma realidade onde nos movimentamos. Tridimensional.
Dizem que quando sonhamos com alguém não significa que essa pessoa quer alguma coisa de nós, mas que nós queremos alguma coisa dessa pessoa. Mas que poderia eu dela querer? Quando, nem há um par de dias, até ignorei que ela tinha nascido. Talvez fosse por isso... mas entretanto, lá estava ela. Com os cabelos castanhos escuros arrumados em franja, as bochechas sorridentes, mais o fato à Barney Stinson. Foda-se, o que eu odeio essa personagem!

O pano de fundo reflectia a estética consumista do cosmopolitismo lisboeta, e vinco aqui o factor cosmopolita do meu sonho, mesmo sem ir buscar o senhor Immanuel "pés-de-gato" Kant, ou sequer Henry Miller, porque esse mesmo pano de fundo parecia algo tirado do corte inglês sem L ou da fenáque do Chiado. Aquele tipo de pano de fundo cosmopolita merdoso, das aparências e da futilidade. Mas adiante... Nada de considerações filosóficas muito profundas, que atrapalhem a descrição dos factos. Se é que é possível chamar factos a electrolisações oníricas.
Primeiro ignora-me. Depois já não o consegue fazer, quando os nossos braços se tocam. Inventa meia-dúzia de desculpas femininas. Também existem desculpas masculinas, mas as femininas são mais interessantes.
Quem tem idade para perceber o que é a paixão, sabe como esse sentimento se manifesta. Parece uma onda que vem da outra pessoa e faz nascer uma torrente de energia vinda não se sabe bem de onde. Se do tórax, do abdómen, ou de algum outro lado. Naquele momento, pensei que realmente fosse aquilo que eu queria dela. Talvez um beijo, ou talvez quisesse somente sentir esse sentimento já sentido anteriormente na banda da serpente. Quando se toca música com pessoas com paixão, sente-se um fluxo de uma energia incontrolável a percorrer o corpo. Uma energia vinda da terra, vinda não se sabe bem de onde... talvez fosse isso.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Isto é só um jogo

O ódio ao funcionalismo público, que o governo pretende fomentar e usar em seu favor, é a premissa base deste texto. A manipulação governamental tenta passar a ideia de que o Estado é caro, gordo e inútil, quando se sabe muito bem que não é possível erradicar todas as redes de comportamentos corruptos que lá existem, sem destruir a rede de assistência social, que é uma das obrigação do Estado.
Se o objectivo fosse tornar o Estado mais eficiente, não era preciso virem com esse tipo de discurso. Se o objectivo fosse dinamizar o mercado, tomavam-se medidas para estimular a concorrência, em vez de se privatizar sectores que são por natureza monopolistas, aproveitando a desculpa da crise, para os vender a um valor mais baixo.
Justificar o facto do governo ser obrigado a despedir funcionários públicos; os chamados cortes na despesa, com a falta de produtividade sistémica que se verifica na economia portuguesa é uma fraude. O governo só vai despedir porque é obrigado pelo exterior, e só tem medo porque é impopular. Não é por causa da ineficiência.

Dizer que os trabalhadores do sector público ganham mais do que os do privado é uma mentira. A falácia está no facto de se pegar na massa salarial do sector público e compara-la com a massa salarial do sector privado, quando certas actividades do Estado não existem no privado.
Os casos em que funcionários públicos ganham mais do que o seu equivalente privado está no facto dos primeiros terem progredido na carreira o suficiente para verem a sua experiência remunerada. Os aumentos dos salários na função pública estabelecem os aumentos dos salários no sector privado. Por isso, os últimos são sempre superiores.
O que este governo quer fazer é balizar tudo por baixo: um Estado mínimo e miserável para quem não puder pagar, e um sector privado que explore os seus trabalhadores em nome da falta de produtividade. Há que denunciar a agenda deste governo, que é bastante óbvia. A discussão entre o mérito devido ao trabalhador público versus o privado é uma discussão estéril e impede de ver o que está aqui realmente em causa.

Tenta-se confundir a opinião pública com o problema do défice. A comunicação social já não se refere ao défice em percentagem do PIB, porque um valor inferior a 10% não causaria muito impacto no cidadão. Se falarmos em cerca de 10 mil milhões de euros, o povinho fica muito mais impressionado. Não é, senhores jornalistas?
Tenta-se convencer a opinião pública que o problema é a dívida, sem referir se se trata da dívida soberana (governamental e municipal) ou da dívida privada, ou se é dívida interna ou externa. O verdadeiro problema é que a dívida soberana externa é simplesmente dinheiro fictício, com o qual vendemos a nossa soberania e fomos ocupados por forças estrangeiras. O que antes era chamado de Alta Traição. Dívida que só existe porque os credores sabem que é uma forma de manter Portugal em sentido. Mesmo que entremos em default, os "credit default swaps" reembolsam os credores. Eles sabem, tal como o governo, que a dívida vai ser impossível de pagar, mas mantêm a ilusão para o povo ir aceitando melhor a austeridade.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Dakovismo


Mina Leigh, a folhear um livro

A probabilidade de auto-evolução é infinitamente pequena nos seres humanos, mas quando tal acontece, o indivíduo torna-se um deus, uma nova entidade.
O indivíduo do sexo feminino capaz de criar nova realidade a partir do nada tem muitos nomes - tal como o Diabo - nas línguas do élfico negro e do necromântico, e os títulos que são atribuídos a Sua Divindade como "broken doll", "meretrix", "penis of Doom" ou "serva de Hades", revelam a reverência por um ser que se encontra imerso numa existência sombria, por uma deusa das trevas.
O caminho do divino é misterioso, mas a familiarização com os mundos virtuais permite entender melhor o conceito de criação de realidade. "Tudo é ilusão", já dizia o Buda. O nosso próprio mundo é tão virtual como aqueles que julgamos ser assim, criando em nós um efeito de dissociação com a suposta realidade.
Assim sendo, uma nova realidade poderia ser automaticamente criada, caso os seres humanos tivessem a imaginação necessária para operar este milagre. Como afirmava Einstein: "a imaginação é mais importante do que o conhecimento", e ninguém consegue ter mais imaginação do que uma rapariga com as hormonas desequilibradas.

domingo, 16 de outubro de 2011

Teorias do descontentamento

Os vários fora deveriam ter analisado o problema deste modo: Comparar o valor de 691 mil milhões de dólares (mais de 500 mil milhões de euros à taxa actual) do banco de investimento Lehman Brothers, com o PIB anual de Portugal, de cerca 172 mil milhões de euros, para meter as coisas em perspectiva.
Essa foi a maior falência da história da humanidade, e se o nosso país entrasse em bancarrota, o impacto não seria tão grande, excepto na estabilidade do próprio Euro. Mesmo a descomunal dívida externa portuguesa de mais de 370 mil milhões de euros, fica aquém do valor acima demonstrado.
Deveriam ter falado dos 1,5 mil biliões (1.5 quadrillion/quinze zeros) de dólares da crise dos derivativos financeiros, que englobam as alavancagens especulativas, através de contratos como os futures ou os credit default swaps. O jargão parece complicado mas é só para afastar o cidadão comum da compreensão deste meio. Algo que os media informativos poderiam ajudar a decifrar, caso fossem deontológicamente isentos e não seguissem os interesses corporativos de quem lhes paga.

Sabendo que algo deste género seria inevitável, o cartel financeiro encontrou forma de passar este tipo de perdas para o cidadão contribuinte, para que este absorvesse o embate. O sistema funciona assim, e tudo correria sobre rodas, caso o cidadão contribuinte aceitasse que a culpa é dele.
Hoje em dia já não existem os afamados líderes do passado, que guiavam as massas. As próprias manifestações fogem ao controlo dos partidos políticos de protesto. A razão está na partilha de informação, onde as massas já não aceitam que alguém lhes filtre a informação e se torne num líder, num condutor. As massas podem estar sujeitas à demagogia e ser irracionais. Mas estas massas percebem, tal como um touro que é toureado, que algo está mal, quando lhe espetam com a austeridade.
Quem manda no toureiro não está interessado no dinheiro. O que lhes interessa é o poder. O dinheiro é apenas uma forma de submeter aqueles que não aceitam ficar sem soberania, que não aceitam ficar com a sua terra conquistada.
Os media informativos contam outro tipo de história, glorificando os parasitas.

Apesar de toda a manipulação, o cidadão contribuinte tem um limite para aguentar e o movimento resultante da sua indignação adquire contornos globais. Do mesmo modo que as estradas romanas serviram tanto para a expansão, como para o declínio do império, também a Globalização pode voltar-se contra si própria, desde que as pessoas, mais do que meros cidadãos contribuintes, tenham vontade para isso.
O "occupy everything" demora a descolar, mas torna-se mais forte à medida que ganha ímpeto. Não se vê nada no futuro que o faça abrandar: os governos vão continuar a ser controlados pelos grupos económicos, vão continuar a impor austeridade aos seus concidadãos, vão continuar a destruir a economia, vão vendendo aquilo que é de todos a alguns, a preço de saldo, ao cartel oligarca que manda no governo, cujos membros serão amplamente recompensados quando cessarem funções, dando ao povo a ilusão da participação democrática.
Os "indignados" são adversários do poder, e devem ser rotulados como um bando de indivíduos perigosos, pelos media informativos, para justificar a repressão.

Nota: O tratamento mediático da manifestação foi deplorável. A agenda dos jornais televisivos, desta tarde de Domingo, parecia o jornal do Crime, rebuscando a ideia de condenar a agressão a agentes de autoridade com a prisão preventiva. Pode ser que o cidadão pense duas vezes antes de atacar os cães de guarda que estão a defender um símbolo do poder, como a Assembleia. Desde o suposto arrastão da praia de Carcavelos, que são mais cuidadosos com a manipulação, mas não deixam de ser eficientes.
Em segundo lugar, a repressão está nos genes deste governo. 1982, ministro da Administração Interna: Ângelo Correia - dois operários mortos na véspera do 1º de Maio, pela polícia. 1994, ministro da Administração Interna: Dias Loureiro - revolta na ponte, reprimida pela polícia. Há aqui um padrão.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Populismo, qual populismo?

A razão principal do discurso da direita portuguesa tem os seus alicerces nos 10% de analfabetismo, mais os 50% de iliteracia, juntamente com a constante desinformação a que são sujeitos os portugueses, que não são cidadãos (é um conceito que para a direita não existe). No máximo são consumidores, uma vez que quem domina os meios empresariais e financia os partidos do poder partilha da mesma ideologia.
Claro que o discurso tem evoluído devido ao tropismo da própria sociedade, mas a partir do momento em que temos o exemplo de um deputado da JSD que vem apresentar uma proposta demagógica e populista, que ignora a separação de poderes do estado de direito, e ainda por cima os jornalistas lhe dão espaço mediático, temos tudo dito sobre a forma como o mindset da sociedade funciona.

Como dizia o José Mário Branco: "A ver quem vai ser capaz de te convencer de que a culpa é tua e só tua". O facto é que o vão conseguindo. Dito de outra forma: "os portugueses têm vivido acima das suas possibilidades", foi o grande hit deste Verão.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

O doutor recomenda

O Conselho de Ministros ia apresentar mais medidas de austeridade, mas como Portugal perdeu, fica para outro dia. Tratou-se de um erro estratégico. Qualquer pessoa minimamente inteligente percebe que uma defesa constituída pelo João Pereira ou pelo Rolando é simplesmente uma merda.
Pode parecer um pouco despropositado estar aqui a crucificar dois jogadores que, no fundo, fizeram aquilo que eu esperava deles. Não se pode desgostar de pessoas assim. O que me abespinha é existirem pessoas a jurarem a pés juntos e a exaltarem com a sua suposta qualidade.
Recuando até ao momento de maior glória da "época Paulo Bento", temos o jogo de Novembro do ano passado, em que espetámos quatro à Espanha, e onde o Capdevila, que é um jogador banal, apesar de ter sido campeão do mundo e europeu, fez o que quis e lhe apeteceu do João Pereira. A semente do desastre já estava plantada, mas claro que a euforia de termos ganho desprezou esse facto. Nesse jogo foram titulares, e jogaram de facto, o Bosingwa e o Ricardo Carvalho.

Mas fico contente pela azia. Pela azia de Pinto da Costa, que se deslocou a Copenhaga, onde lhe foi servida uma sopinha de Ministério Público. Pela azia do secretário do Desporto, Alexandre Mestre, o homem do "pensamento estruturado". Pela azia do ministro Miguel Relvas. Pela azia de Madaíl. Pela azia de Amândio de Carvalho. Pela azia do repórter Nuno Luz - já ninguém se lembra do "mama... filhos da puta!" - e por fim, pela irritação de Paulo Bento. Ele que, mais do que ninguém, fez da frase "condutor de homens", uma coisa completamente dissociada da sua figura.
Assim, compreendo a razão pela qual o doutor da sexualidade, Machado Vaz, seja um dos vários comentadores da bola. As pessoas referidas são doentes. Muitas delas com problemas de erecção devido à idade avançada, e torna-se necessário um especialista.
Embora os opinion-makers da bola sejam mais do que as mães, o povo precisa de se entreter com o seu ópio, e existe a necessidade desses comentadores fazerem uma terapia de grupo ao bom povo e de o liderarem. Especialmente se, como foi o caso, o ópio for de má qualidade.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Situar a estratégia do coração ou o coração estrategicamente situado

Michelle Trachtenberg

De vez em quando olho para trás e volto a ler alguns dos meus posts. Alguns dos quais deixam-me satisfeito por ter conseguido ter a habilidade necessária para os escrever, embora outros já façam pouco sentido actualmente, porque se está sempre a evoluir; o pensamento sedimenta, consolida-se, e aquilo que antes se acreditava como certo vai paulatinamente mudando.
Isso nota-se especialmente nas minhas divagações sobre política. Usava com relativa frequência a expressão "tirar o sangue", ao referir-me à acção que o inimigo - o nosso inimigo - nos estava - e continua ainda - a fazer. A retrospectiva torna-se útil neste aspecto: saber onde estava o coração e onde se calcula que ele esteja agora. Claro que ainda penso que nos estão a sangrar, mas desconfio que o mesmo coração esteja já seco, devido ao facto do líquido vermelho há muito o ter abandonado.

A pergunta que se levanta é a da possibilidade de se viver sem coração. Só o conseguem espíritos corrompidos, consumidos pelo desespero e pelo vazio. Não estão vivos no sentido biológico do termo. Servem outro propósito. Os seres humanos continuam a bater, inconscientemente.
Ditaria então a lógica que obliterasse essa parte do Ofídio. A parte onde estou a ser muito mesquinho, rasteiro ou pessoal. Mas a verdadeira natureza deste blogue é criticar e funcionar como uma válvula de escape contra os pulhas com que levo todos os dias: os políticos, os spin-doctors, os jornalistas com agenda, opinion-makers e afins.
Estou-me a cagar para o Steve Jobs. O homem fez login, ou logout, conforme o ponto de vista. Morreu. Siga. Mais logo vou torcer pela Dinamarca, que é a coisa mais patriótica a fazer. Para ver se acordo.

Afinal ainda continua a bater!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Partido Único


Portugal, 1969
União Nacional ................................................................................ 88,05% (120 deputados)
outros partidos ................................................................................. 11,95% (0 deputados)


Cuba, 2008
Delegados do Comité para a Defesa da Revolução......................... 90,90% (614 deputados)
outros candidatos ............................................................................... 9,10% (0 deputados)
brancos e nulos .................................................................................. 4,77%
abstenção ........................................................................................... 3,11%


Coreia do Norte, 2009
Frente Democrática para a Reunificação da Pátria .......................... 99,98% (687 deputados)
abstenção .......................................................................................... 0,02%


Birmânia, 2010
Partido do Desenvolvimento e da União Solidária ............................ 78,28% (259 deputados)
outros partidos .................................................................................. 21,72% (71 deputados)


Madeira, 2011
Alberto João Jardim ........................................................................... 48,56% (25 deputados)
outros partidos ................................................................................... 48,78% (22 deputados)
brancos e nulos .................................................................................... 2,65%
abstenção ........................................................................................... 42,55%


Gosto de farsas, mas é mais no teatro.
s.f. (do latim popular farsa) 1. Gênero teatral cómico, menos exigente que a alta comédia, que tem por objectivo principal divertir o público. (encicl.) 2. Acto ridículo, coisa burlesca. 3. Fingimento; impostura. 4. Ilusão, mentira, burla.

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domingo, 9 de outubro de 2011

Snake Day


PJ Harvey - Snake

The European Snake Society organises its annual Snake Day on Sunday October 9, 2011 at Expo Houten in Houten (5 km south of Utrecht), in the Netherlands.

sábado, 8 de outubro de 2011

Deus não sabe, mas imagina...

Aya Hirano

A Melancolia de Haruhi Suzumiya - série animada onde Hirano dá voz à personagem titular - foi reconhecida pelo impacto que já conseguiu ter na animação japonesa, e pela popularidade descomunal que atingiu. Qualquer fã actual de anime que não tenha visto Haruhi não sabe o que anda cá a fazer. Com tal ambiente de fanatismo à sua volta, torna-se natural que o impacto de acção/reacção por parte dos fãs, e respectiva pressão mediática, seja um bocado extrema.
De qualquer modo, Aya Hirano ainda tem bastante por onde prosseguir na carreira, uma vez que tem uma voz única e mais ninguém a consegue fazer daquela forma.


Aya Hirano - "God knows…"

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

República

República, do latim res publica, "coisa pública"; é uma forma de governo, onde o povo, ou parte significativa dele, tem um controlo supremo sobre a governação; através do estado de direito, da separação de poderes e do respeito pelos direitos fundamentais; e onde os cargos do Estado não são distribuídos devido a relações de poder familiar, militar ou empresarial.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Se não tiverem uma calculadora, eu empresto

O Centro Cultural de Belém (CCB) inaugurado em 1993 e inicialmente orçado em 4 milhões de contos (19 milhões de euros) acabou por custar mais de 20 milhões de contos (99 milhões de euros).
O custo total do projecto Expo 98 atingiu os 421 milhões de contos (2100 milhões de euros) em 1998, já com a derrapagem de 60 milhões de contos na despesa de investimento em relação ao orçamento de 1996.
Em 2004, os submarinos do Sr. Portas ficaram pela módica quantia de 832,9 milhões de euros, já com os 63,6 milhões de derrapagem; mas sem a contabilização dos juros até os mesmos serem pagos, o levou a que o valor total ascenda a mais de 1000 milhões de euros.
O buraco da gestão fraudulenta do BPN é inquantificável, uma vez que estava a ser constantemente aumentado. No entanto, a injecção do Estado para o tentar tapar chegou aos 4600 milhões de euros.
A dívida da Madeira, para o primeiro semestre de 2011, era de 6328 milhões de euros.

A dívida externa portuguesa, a 30 de Junho de 2010, era de 373.527 milhões de euros. O PIB anual de Portugal, segundo dados do ano passado do FMI, foi de 171.947 milhões de euros; e a dívida soberana, segundo uma estimativa do Eurostat, era de 93% do PIB em 2010, embora na previsão para 2011 vá atingir os 106% do PIB.

sábado, 1 de outubro de 2011

Dois anos de Ofídio

Para comemorar a magnífica data, eis um wordle com a verborreia destes dois anos.

Aos passantes, legentes e comentantes,
dōmo arigatō