terça-feira, 11 de outubro de 2011

Situar a estratégia do coração ou o coração estrategicamente situado

Michelle Trachtenberg

De vez em quando olho para trás e volto a ler alguns dos meus posts. Alguns dos quais deixam-me satisfeito por ter conseguido ter a habilidade necessária para os escrever, embora outros já façam pouco sentido actualmente, porque se está sempre a evoluir; o pensamento sedimenta, consolida-se, e aquilo que antes se acreditava como certo vai paulatinamente mudando.
Isso nota-se especialmente nas minhas divagações sobre política. Usava com relativa frequência a expressão "tirar o sangue", ao referir-me à acção que o inimigo - o nosso inimigo - nos estava - e continua ainda - a fazer. A retrospectiva torna-se útil neste aspecto: saber onde estava o coração e onde se calcula que ele esteja agora. Claro que ainda penso que nos estão a sangrar, mas desconfio que o mesmo coração esteja já seco, devido ao facto do líquido vermelho há muito o ter abandonado.

A pergunta que se levanta é a da possibilidade de se viver sem coração. Só o conseguem espíritos corrompidos, consumidos pelo desespero e pelo vazio. Não estão vivos no sentido biológico do termo. Servem outro propósito. Os seres humanos continuam a bater, inconscientemente.
Ditaria então a lógica que obliterasse essa parte do Ofídio. A parte onde estou a ser muito mesquinho, rasteiro ou pessoal. Mas a verdadeira natureza deste blogue é criticar e funcionar como uma válvula de escape contra os pulhas com que levo todos os dias: os políticos, os spin-doctors, os jornalistas com agenda, opinion-makers e afins.
Estou-me a cagar para o Steve Jobs. O homem fez login, ou logout, conforme o ponto de vista. Morreu. Siga. Mais logo vou torcer pela Dinamarca, que é a coisa mais patriótica a fazer. Para ver se acordo.

Afinal ainda continua a bater!

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