domingo, 21 de março de 2010

Disposição equinocial

Tudo e Nada
e "quente como o sangue..."

A Primavera tem destes lados melancólicos também...

sábado, 13 de março de 2010

Empenho político

Anna Arrowsmith, como Anna Span

Segundo esta notícia, a realizadora britânica Anna Arrowsmith é a candidata pelo partido Liberal Democrata (Lib Dem) ao município de Gravesham, uma cidade do condado de Kent. Tal facto seria trivial, não fosse o facto de Anna Arrowsmith ser mais conhecida pelo pseudónimo de Anna Span, quando em 1997, se tornou a primeira mulher britânica a realizar um filme pornográfico.
Com a tónica na equidade entre os sexos. O reconhecimento a nível local fez dela um novo tipo de político, mais interventivo e próximo dos cidadãos, merecendo inclusive os elogios do líder Liberal Democrata, Nick Clegg.
A interacção entre o mundo da pornografia e o da política sempre foi alvo de um certo fascínio, uma vez que as aparências são essenciais, e quase todas as aparições de actrizes pornográficas neste meio, sempre foram consideradas mais um fogacho mediático, do que propriamente candidaturas sérias.

O primeiro esforço foi o da californiana Ona Zee, que em meados dos anos 90, tentou fundar um sindicato para os actores porno, que só não foi avante devido à falta de apoio legal e político.
Pela mesma altura, em 1991, era fundado em Itália, o Partido do Amor (Partito dell'Amore) pelas pornstars Ilona Staller e Moana Pozzi.
Ilona, vulgarmente conhecida por "la Cicciolina", tinha sido de facto eleita deputada em 1987, pelo, ideologicamente de esquerda, Partido Radical. Moana concorreu ao Parlamento em 1992, e à Câmara de Roma em 1993, perdendo ambas as eleições.
Apesar disso, o PdA funcionava como uma paródia dos partidos políticos tradicionais. O seu programa político apregoava a liberdade sexual absoluta (o amor para todos) e a defesa da Natureza, bem como a legalização dos bordeis e uma melhor educação sexual. As campanhas eram feitas com as pornstars a descobrirem um dos seios em público, numa atitude considerada, à época, provocatória.

Nos Estados Unidos, em tempos mais recentes, a actriz Mary Carey, através de um golpe publicitário, concorreu ao governo da Califórnia em 2003, na célebre eleição que deu a vitória a Arnold Schwarzenegger.
Marilyn Chambers, antiga lenda da pornografia, concorreu às eleições presidenciais de 2004 e 2008, por partidos residuais.
Mimi Miyagi, de ascendência filipina, concorreu ao governo do Nevada em 2006, tendo recebido o apoio entusiástico dos blogues liberais, apesar de todas as críticas feitas à sua profissão. Mesmo tendo sido derrotada, faz agora parte do Partido Libertário (Libertarian Party).
Já este ano, nas eleições que se irão realizar em Novembro, para o Senado dos Estados Unidos. A popular pornstar, empresária e realizadora Stormy Daniels, assumida Republicana, afirmou que irá concorrer pela Louisiana.

De volta ao Reino Unido, a "Mulher da Renascença" Marina Baker (ela é activista local, jornalista, escritora, modelo e actriz retirada, com uma passagem inclusive pela Playboy americana) foi uma reconhecida autarca de Telscombe, no sul de Inglaterra em 2005 (uma vez mais, pelos Liberais Democratas) e presidente da circunscrição de Lewes, condado de East Sussex em 2006.
A sua presença local baseia-se em programas ambientais e de desenvolvimento sustentável para promover o bem-estar das cidades da sua circunscrição, e o seu esforço amplamente reconhecido.

sábado, 6 de março de 2010

Indignação teatral

Como se pode apreciar aqui, parece que os assobios sempre conseguem provocar alguma reacção nas pessoas. Hilariante é a suposta indignação dos responsáveis ao comportamento do público. Claro que este tipo de jogos não contam para nada e servem para fazer experiências, mas a impaciência do público em relação a esta anedota de equipa não começou ontem. A destruição sistemática do apoio do público português e o seu divórcio em relação à selecção nacional não começou ontem.

Já aqui professei a minha fé em relação ao que a selecção vai fazer na África do Sul, por isso este texto não vai deferir muito do que escrevo. Vou referir alguns exemplos. Quando a selecção foi jogar a Malta para a qualificação, os poucos emigrantes portugueses que lá trabalham, tentaram dar as boas vindas à equipa (uma embaixadora de Portugal) e simplesmente foram desprezados pelos responsáveis. Claro que na altura, a equipa técnica vivia um estado de graça, e este tipo de atitude só pesaria no caso das coisas correrem mal.
Posteriormente, o empate com a Albânia em Braga, que representa talvez, o ponto mais baixo da equipa nacional. Que pena não ter estado no estádio, só para mandar o maior monte de esterco do mundo para o lugar de onde ele nunca devia ter saído.
A juntar a isto, a humilhação do jogo de férias no Brasil, uma equipa cada vez mais luso-brasileira e a incerteza da qualificação até à última, por manifesta incompetência dos responsáveis, é algo que arrasa com a paciência de qualquer um.
O apoio à equipa da China (que em todo o caso pratica um futebol muito pobre) advém dessa situação. Talvez seja melhor o nosso técnico pensar em treinar uma equipa de lá, já que pensa que seria melhor jogar na China.

Apesar disso, quando chegar a altura, devo instintivamente torcer por Portugal. Nem que seja por intimamente saber que, todo o esterco que compõe a equipa nacional, desde o seu presidente aos apanha-bolas, é apenas transitório e nada que uma boa descarga autoclísmica não resolva.