sábado, 30 de abril de 2011

Ondulação branca

Claro que a explicação científica apresentada é que o fenómeno se deve às correntes ascendentes no interior de uma nuvem de desenvolvimento vertical. Mas nós, que vemos o Bleach, sabemos bem de quem é a responsabilidade.

"Tsugi no mai, Hakuren!"

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Praças orgânicas

A fazer fé no interesse noticioso, parece que a Djemaa el-Fnaa fica no outro lado do mundo. Mas o que lá aconteceu é um ataque à nossa herança cultural e um problema mais do nosso interesse do que muita gente pensa.
A praça que verdadeiramente interessa aos media nacionais (e internacionais) é uma praça que possa ser utilizada para embebedar as ovelhas numa ilusão que as mantenha alheadas da realidade.

Os britânicos também já têm a sua Praça Tahrir. "O povo é sereno", como dizia o mantra.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Esterco

Quando se é um esterco, tudo o que sai é condizente com essa condição. Mesmo com palavras de politiquês correcto.
Isto deve ser uma manobra para desviar as atenções do Ricardo Rodrigues. Só pode!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Portugal necessita de um hue mais avermelhado

Não sei propriamente o que se me apraz escrever sobre este dia. Já tinha feito a minha reflexão sobre Abril aqui. A minha filosofia continua a mesma. As circunstâncias não se alteraram.
Hoje comemora-se a data histórica de Portugal. A liberdade e a libertação que seguem em contínuo desde 24 de Junho de 1128, 5 de Outubro de 1143, 14 de Agosto de 1385, 1 de Dezembro de 1640, 27 de Setembro de 1810, 24 de Julho de 1833, 5 de Outubro de 1910 e 25 de Abril de 1974. O facto de se transformar Abril numa evolução (sem "R") não é o problema essencial. A aceleração histórica revela que os portugueses devem a eles próprios um novo arranque. Que serão julgados se o não fizerem. Que há que livrar esta sociedade e este povo desta oligarquia que o consome e corrói. Desta oligarquia que institucionalizou Abril. Desta oligarquia que o encarcerou. Não há políticos inevitáveis. Não queremos a ilusão da escolha.

Este comentário foi a melhor coisa que eu li sobre o assunto. Não existe nada como a ilusão da participação para dominar as massas. Já era tempo de todos acordarem.

domingo, 24 de abril de 2011

Ostara

Denise Milani

A Páscoa do hemisfério norte é realizada durante a primavera. Nesta altura do ano a biosfera renova-se após as agruras do inverno, através da acção de uma das deusas da primavera chamada Ôstarâ, ou Ēostre ("Deusa da Aurora", em inglês antigo) que depois veio dar no conhecido cognato Easter ("Páscoa", em inglês).
O sol invicto, representado por Cristo, renasce através do mesmo tipo de ressurreição que as antigas deusas da primavera utilizavam para despertar a Terra. As prolíficas ninhadas dos coelhos e das lebres são um símbolo desse renascimento e os ovos, o resultado da fertilização, quais sumptuosas tetas, representam a fertilidade da Deusa.

sábado, 23 de abril de 2011

Portugal antigo e Portugal moderno

A riqueza cultural de uma nação, mais do que de um país, revela-se no facto de conseguir fazer as pazes com o seu passado e valorizar os seus ícones. O esvaziamento da psique popular, que permite que apareçam projectos musicais sem o mínimo de qualidade, está na forma totalmente criminosa como fizeram a lobotomia ao passado musical português. Algo que não permite a evolução de formas nem de estilos, e que faz com que os actuais músicos portugueses se encontrem órfãos de uma continuidade, ou que indevidamente se apropriem de legados artísticos que deveriam ser respeitados de uma forma digna.
Aqui fica o meu obrigado a João Maria Tudela, por tudo o que representou para a música portuguesa e de matriz perfeitamente internacional e cosmopolita que se fazia nos idos de sessenta. A minha singela homenagem a alguém a quem os músicos portugueses muito ficariam a dever, se este país tratasse melhor as pessoas que o merecem.

A honestidade e a ética musical revelam-se na atitude que cada músico tem com o próprio trabalho que desenvolve. Na sociedade moderna, os valores do mercado impõem o marketing e o merchandising de produtos musicais e a vacuidade do seu conteúdo, da sua forma, imagem e aparência, sobre aquilo que deveria realmente interessar, que é a genuína transmissão de sentimentos através de algo tão poderoso como a expressão musical.
Pode-se argumentar que o profissionalismo implica esse tipo de venda da alma, mas essa nunca foi a abordagem que tive em relação à música. Uma das minhas primeiras fontes de inspiração foi o Zé Leonel, conhecido por ter sido um dos primeiros vocalistas dos Xutos, antes destes se terem tornado no monstro que são hoje e de ele próprio ter conseguido algum sucesso comercial.
Agradeço o seu apelo para que os músicos, que muitas vezes têm de fazer todo o tipo de esforço para mostrar o seu trabalho, nunca desistam.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

A terceira opção

Cada vez mais acho que o Bleach é uma lição de vida.

Zangetsu: "Do you want to fight? Or do you want to live?"
Ichigo: "I want to win."
Zangetsu: "I cannot hear you."
Ichigo: "Just fighting... is meaningless. Just surviving... is meaningless. I want to win."
"Bleach", Tite Kubo.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Aves de Arribação

Agora que já acalmou a reacção indignada ao comportamento hipócrita de Fernando Nobre, posso enfim concretizar as minhas reflexões sobre o assunto. Ao ver recentemente uma conferência de um psicólogo evolutivo holandês, Mark van Vugt, acerca da liderança e da sua evolução na sociedade humana, acometeu-se-me a rapidez do porquê de ninguém no Partido Social Democrata ter entendido o sagaz senhor Nobre. Tal adveio da interpelação que esse extraterrestre partidário colocou aos membros da tribo laranja. Como qualquer extraterrestre carregado de clichés, usou a frase habitual - "Take me to your leader!" - interpelação a que os responsáveis administrativos do PSD não conseguiram, em boa verdade, atender. Uma vez que a questão da liderança é algo dúbia lá para os lados da Lapa.
A "liderança laranja" - irei chama-la assim por uma questão de conveniência redactorial - poderia ter tentado uma estratégia de convergência com o centro que decide as eleições, em vez de continuar com o sectarismo que afasta o eleitor moderado desse tipo de aventuras. A reacção dos blogues de direita é, de uma forma geral, emocional. Com um clubismo de fazer inveja aos clubes de futebol, continuam a sua demanda em recusar ver qualquer hipocrisia em Nobre, com um tipo de duplo-pensar quasi orwelliano, em que se enaltece a teoria argumentativa do desapego ao poder, ao mesmo tempo que se diz ao ignoto candidato para acabar com a incontinência verbal em que este se afunda.
Por fim, devo esclarecer que nunca tal senhor teve a minha simpatia. Uma pessoa que afirma não ser de esquerda nem de direita, e que tenta capitalizar eleitoralmente no descontentamento popular anti-partidário, não é coisa nenhuma. Na melhor das hipóteses é uma fraude, e na pior, o que se verificou.

Imagem: bird-on-no-bird-sign, por Blackwood

sábado, 16 de abril de 2011

Palavras belas

Victória Guerra

A deusa romana Victoria personificava o acto de vencer o inimigo em batalha, e estava fortemente associada à deusa Bellona, da qual deriva a palavra latina para "guerra" (bellum - luta, conflito) e cuja etimologia se pode encontrar no equivalente "beligerante" (latim belligerans, -antis, particípio presente de belligero, -are, fazer a guerra, lutar).
A palavra "guerra" foi adoptada pelos povos latinos, a partir do franco (werra, a partir do germânico verwirren) devido à tentativa de evitar a palavra bellum, que era semelhante ao adjectivo "belo" (bello-, beleza).

in Priberam: vitória, guerra

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Elementar, minha cara Watson

Emma Watson

Uma das coisas mais óbvias na armadilha do deslumbramento artificial do mundo do espectáculo é cair no seu vazio e futilidade. Suponho que não seja fácil manter a coerência do rumo daquilo que realmente é importante quando se cresce rodeado de uma super-exposição mediática desde tenra idade.
A partir do momento em que se abraça o mundo em que vivemos como algo natural e deixamos de o tentar combater, a vida acaba por se nos apresentar muito mais facilitada. Até atingirmos tal nirvana, somos acometidos pelas chamadas dores de crescimento, algo que eu supostamente nunca me lembro de ter tido, embora tenha mudado de pele algumas vezes. A rebeldia e a auto-comiseração subjacentes são parte do processo natural de desajustamento até se atingir a maturidade.

A máquina analítica que eu sou, bem que precisava de uma companhia dessas. Um contraponto para os momentos em que me perco e encontro entre as dezenas de papeis, livros e documentos ou por entre os milhares de raciocínios dedutivos que as minhas células cinzentas fazem e que me deixam, muitas vezes, à beira da inanição, já para não falar da insónia permanente.
Alguém que me desse moral e que pudesse avivar a intuição na minha procura permanente de respostas.
Não se deixem deslumbrar por semelhante raciocínio. Isto é elementar.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Troika

Deixa ver... os dois de baixo devem ser a Comissão Europeia e o Banco Central Europeu, uma vez que em cima está o Fundo Monetário Internacional. Penso que deve ser isso!

terça-feira, 12 de abril de 2011

Métodos de acção para uso dos precários

Análise metodológica destinada aos jovens que se manifestaram contra a precariedade e que ainda não compreenderam a forma de entrar dentro do sistema.


1. Ser hipócrita

Ao contrário da mentira, que é uma afirmação falsa assumida como verdadeira, com a intenção de enganar o próximo, a hipocrisia é um estado de incongruência entre aquilo que uma pessoa sente e o que essa mesma pessoa professa publicamente, geralmente num tom de crítica alheia.
Caso o precário esteja pouco à vontade com este paradoxo moral devido a escrúpulos, aconselham-se umas aulas de representação teatral e de estudo da retórica até esse problema se encontrar resolvido.


2. Filiação partidária

Depois de dominado o ponto 1, estará assegurada a condição essencial para ingressar num dos principais partidos políticos, que são a base da ficção do sistema democrático. Em primeiro lugar, escolher um dos partidos do "arco governamental" (Partido Socialista, Partido Social Democrata e Partido Popular) sendo este último o que irá menos vezes ao pote, embora a ascensão pessoal no seu interior esteja facilitada devido ao facto de ter menos militantes do que os outros dois.
Caso o precário seja jovem, deverá optar por uma das juventudes partidárias, que são um género de incubadora que lhe formatará as ideias, sendo a Juventude Social Democrata a mais conceituada, pois os três líderes partidários do referido arco foram seus militantes, e um deles até foi seu presidente.


3. Empregar-se numa instituição do Estado

Após escolher o partido a que se quer pertencer e de aprender a respectiva cartilha (que vai desde o Estado-providência e Terceira Via do Partido Socialista, ao mercado livre neoliberal do Partido Social Democrata e ao conservadorismo e tradicionalismo do Partido Popular) o precário tentará negociar, sempre antes das eleições, o instituto que melhor satisfizer a sua própria (in)competência profissional.
As melhores carreiras profissionais com objectivos políticos encontram-se na advocacia, que permite um lobby no hemiciclo para aprovar as leis que favoreçam os respectivos clientes, ou na gestão empresarial, que melhor encaminhará o precário para uma instituição bancária dos seus correlegionários.
Caso não tenha as habilitações necessárias, poderá sempre ignorar essa falta de currículo, uma vez que a prática comum não responsabiliza esse tipo de procedimento.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

sábado, 9 de abril de 2011

O silêncio do estupro

Kristen Stewart, como Melinda Sordino (vista aqui)

A adolescência feminina é o processo mais emotivo da espécie humana. Devido à evolução da sociedade, este período que se deveria situar entre os 14 e os 17 anos, é prolongado até depois dos vinte anos de idade. Claro que existem vários níveis de maturação entre as pessoas, e os casos não são todos iguais.
Se a mente feminina encerra mistérios, então a sua forma júnior encerra incompreensões, como o entusiasmo com o vocalista dos Limp Bizkit, ou com aquele "vampiro" do Twilight, só para referir dois gajos que excitavam o mulherio e que felizmente já passaram de moda.
Kristen Stewart, a estrela de Twilight que hoje faz 21 anos, ainda está agarrada à sua imagem de rapariga, que varia entre Lisa, do banal Zathura, um filme assim para domingo à matiné, e Melinda, do mais sério e pouco conhecido Speak, que é alguém que se isola da sociedade e que perde a capacidade de comunicar com os outros após ter sido vítima de uma violação.

Heather: “You don't like anything. You're the most depressed person I've ever met. And excuse me for saying this but I think you need professional help.”
Melinda Sordino: “So you're blowing me off because I'm a little depressed?”
Heather: “Once you get through this "life sucks" phase, I'm sure lots of people will wanna be your friend. But for right now, I don't think we should have lunch together.”
“Speak”, 2004.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Asperger

Um dos meus traços pessoais será uma suposta dificuldade de relacionamento com o sexo feminino, devendo esta resultar de algo que teria acontecido no meu passado. Lamento, mas nada assim de tão traumático se passou que explique isso. A pele fria e a ausência de emoções.
O meu padrão de ataque é semelhante. Quando o ferro da lança devora a carne, a vítima agoniza com tal laceração. Tal como uma presa que esperneia entre as mandíbulas do réptil, na espera que o veneno inoculado surta efeito.

«If you were to turn into a snake tomorrow,
and began devouring humans,
and from the same mouth that you devoured humans,
you cried out to me "I love you!"
would I still be able to say "I love you,"
in the same way I do today?»
Gin Ichimaru, in Bleach” por Tite Kubo

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Invaders Must Die

The Prodigy - Invaders Must Die

Prometi a mim próprio este vídeo para quando o FMI aterrasse na Portela, local que o dito nunca utilizou para aterrar. Não é ritmo de pop-chula, mas é um "passaporte de coelho" para os ouvidos!
Mas que aquela Teresa Ter-Minassian era um grande naco, lá isso era.