Giordano Bruno (1548 - 1600)
Desde o tempo em que era um modesto estudante de filosofia na escola secundária, que a figura de Giordano Bruno sempre me fascinou. Talvez tenha sido a sua luta pela defesa dos seus próprios princípios, o que o levou a ser condenado pela Inquisição por heresia e a ser queimado na fogueira.Celebra-se hoje 410 anos, desde esse dia em que o mártir da liberdade de pensamento foi executado. Uma boa altura para reflectir sobre a nossa própria liberdade de pensamento.
Na altura, a visão de Deus dotada pelo Cristianismo, considerava a divindade uma entidade criadora e transcendente, em oposição às crenças de Bruno numa visão panteística, em que tanto Deus como a Natureza são idênticos, sendo a natureza universal a única merecedora de reverência.
Bruno propunha que a natureza do continuum universal era infinita, indo desta forma além do modelo de Copérnico, ao afirmar que o nosso Sol era apenas uma estrela numa miríade de estrelas semelhantes à nossa.
Contudo, embora a defesa do sistema de Copérnico não fosse bem vista pelas autoridades da época, as razões principais da heresia prendiam-se com considerações teológicas, nas quais, Bruno defendia entre outra coisas, que a pessoa de Cristo não era Deus, mas sim um "mágico habilidoso", que o Espírito Santo era a alma do mundo, e que segundo a misericórdia divina, o Diabo também seria salvo.
O Vaticano reconheceu, cerca de uma década atrás, que a morte de Giordano Bruno foi um "episódio triste". Contudo, o Cardeal Angelo Soldano, na altura Secretário de Estado, tenha defendido os seus inquisidores, mantendo que estes "tinham o desejo de preservar a liberdade e promover o bem comum", uma vez que o aconselharam a se retratar e abandonar as suas ideias.
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