A maioria daqueles que hoje dominam os meios artístico e jornalístico nacionais; ou seja, o mundo do espectáculo, iniciaram a sua escalada ao poder no início dos anos 80. Quando se tornou necessário substituir o status quo vigente por sangue novo. Mesmo que, em alguns casos, se tratasse de sangue contaminado.
A postura exagerada da comunicadora Manuela Moura Guedes, no tom e na posse, vem desse rompimento. A sua acção não se ficou pela televisão, uma vez que Paulo Portas; de quem é amiga pessoal, a convidou para a política, tendo chegando mesmo a ser eleita deputada pelo Partido Popular.
"Alibi" é hoje um álbum de culto, com o vão e apavonado epíteto de ter estado na vanguarda da música ligeira dos anos 80. A propósito deste álbum, o suplemento do Diário de Notícias escreve num artigo retrospectivo que: «Rui Reininho e Toli (GNR) e Vítor Rua (Ex-GNR) são os três mosqueteiros de "Alibi" ... O disco é bem recebido pela crítica e o toque GNR dá-lhe a garantia de qualidade que Manuela procurava».
Parece bastante óbvio que a crítica em Portugal, funcionando num sistema corporativo de capelinhas, trataria de incensar até à exaustão esta obra da Manuela. Tal não invalida que se trate de esterco, uma vez que foi como se a confluência de duas gigantescas massas de bosta se tivessem unido por um processo de coalescência, e produzissem a tempestade perfeita de merda que se pode escutar em "Alibi".
Parece mais ou menos pacífico para as almas descomprometidas que, chamar Manuela Moura Guedes de jornalista; ou Vitor Rua e os GNR, de músicos, acaba por ser ofensivo para as respectivas classes profissionais. No entanto, eis quem as domina.
Apesar de apregoarem contra o sistema, tanto Vítor Rua, como Manuela Moura Guedes, são parasitas sistémicos. Endoparasitas, uma vez que se alojam no trato intestinal deste nosso país, apropriando-se dos nutrientes que o deveriam tornar saudável, e que, devido à acção de uma multitude de parasitas semelhantes a eles, acabam por tornar Portugal num país culturalmente débil.
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