Hoje comemora-se o Dia de Portugal, embora este dia já não faça sentido. Portugal fazia parte da União, até ser anexado pela ponta de lança da ofensiva americana: As agências de notação financeira e a intervenção externa bandoleira.
A guerra económica mais não é que o sufocamento dos povos sem recorrer aos contingentes militares. Portugal teve a manifesta pouca sorte de ser um dos elos mais fracos do Euro. Como qualquer invasão se inicia pela parte mais fraca, a União Europeia vê-se a braços com uma guerra da qual não quer dar conhecimento ao próprio povo europeu, nos seus simulacros de democracia.
A política europeia, encabeçada pela Alemanha, é uma política de "terra queimada". Uma política que deixa cair os estados mais fracos, para que o inimigo não lucre com eles. A iminência da expulsão do Euro, deixando queimar uma população inteira, é o que se projecta a prazo. Uma doutrina de tratamento de choque, ao bom estilo da escola de Chicago. Um genocídio cultural, com total desprezo pela vida humana.
Portugal, o país. Portugal, a nação. Portugal, a língua que foi vendida aos brasileiros por trinta dinheiros. Portugal, uma terra de usurários e cangalheiros. Daqui para a frente será a agonia até à estocada final. O protectorado não encontra nenhuma razão para não se considerar como tal.
Portugal sempre teve as suas vergonhas. A história apócrifa em que Vasco da Gama escorregou, ao embarcar na São Gabriel. Mesmo que tal nunca tenha sido vertido para o papel. Mesmo que tal verso nunca tenha feito parte da Lusíada.
Hoje quem cantar Portugal só pode cantar sobre vergonha. Vergonha por não sermos. Vergonha por nos perdermos. Vergonha por nem conseguirmos ser capazes de nos revoltar. Se este é o teu sal, então vai conservar muito bem o teu cadáver, Portugal!
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