"Eu defendo acima de tudo os interesses de Portugal e, portanto, ninguém conte comigo para prejudicar o país numa retórica desnecessária e numa retórica que é absolutamente negativa para o emprego no nosso país"
Aníbal Cavaco Silva, político português, Novembro 2010
Há cerca de uma semana, num debate televisivo, a deputada Teresa Caeiro não se lembrava destas declarações de Cavaco Silva, onde este afirmava que criticar os mercados era uma “batota” e uma “retórica negativa”, o que obviamente entra em contradição com esta declaração, acerca da “ameaça à estabilidade da economia europeia” e do “escândalo” que é a descida do rating português pela Moody’s.
No entretanto, o governo mudou de cor, e pelos vistos, o laranja já não é visto como uma batota para a retórica anti-mercantil.
A amnésia teresina é uma argumentação evasiva e falaciosa de negação, uma vez que ninguém pode objectivamente provar que a senhora não se lembra das referidas declarações.
A casta governamental poderia fazer um debate leal, que não ofendesse a inteligência dos eleitores. Mas não... isso seria muito difícil quando se tem uma retórica populista. Para além de sempre ser mais fácil atacar do que defender. A direita portuguesa ainda tem uma certa dificuldade em se habituar a defender, depois do tempo prolongado em que esteve na oposição, sempre a atacar o mesmo alvo.
Nada que um reposicionamento táctico não resolva.
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