O lobo já rebentou um elo da corrente. Apesar de Týr, o deus do combate singular, o ter aprisionado durante algum tempo. Os ataques em Oslo e na ilha de Utøya não deveriam representar novidade nenhuma. Já todos devemos ter ouvido mais do que uma pessoa confessar em privado a vontade de meter uma bomba no parlamento, ou algo similar, devido ao cansaço com o sistema. Este sistema que todos os dias criticamos.
Matar toda uma geração de jovens militantes partidários também é algo que não é assim tão rebuscado, especialmente se atendermos ao facto das juventudes partidárias serem um conjunto ululante e petulante de macacos clubistas. Desconheço a situação norueguesa, mas no caso português, o tipo de doutrina de facadas nas costas e de aparelho, das várias jotas, domina a cena política nacional. Como se pode verificar na carreira de ambos os líderes dos dois partidos mais importantes.
O massacre na universidade americana de Virginia Tech também foi um killing spree, e apesar do então autor Seung-Hui Cho se ter comparado a Jesus Cristo, ninguém se apressou a dizer que aquilo tinha sido obra de "terrorismo cristão". Foram antes apontados o ódio pela sociedade e os distúrbios mentais como as causas de um acto que a reacção imunitária da sociedade facilmente qualifica de insano.
A diferença que fez sobressaltar a comunicação social foi o uso de explosivos. O uso de explosivos faz logo despoletar o mantra "terrorista" como nada mais o consegue, e estremece as fundações do edifício onde nos sentamos confortavelmente.
Os media não se enganaram. Eles simplesmente demoraram a acertar na história que nos iam contar. Tal torna-se difícil, quando são os Estados Unidos que detêm o quase monopólio do terrorismo, através da Al-Qaeda. Mesmo depois do produto "Bin Laden" já estar descontinuado, e da cotação dessa organização continuar a descer.
O bode expiatório já foi encontrado. O alegado autor do massacre foi-nos apresentado pelos media como sendo Anders Breivik, cuja representação acima apresentada parece ser a mais fiel encontrada até agora. Anti-multiculturalista (onde é que eu já ouvi isto...) e cujo manifesto, European Declaration of Independence, já se encontra disponível para quem o quiser replicar por essa Europa fora. Não nos esqueçamos que os combatentes da Guerra da Independência dos Estados Unidos também foram designados por "terroristas".
Pelo menos, o autor tem bom gosto literário, uma vez que parece que os livros preferidos dele são o 1984 do Orwell, e O Príncipe do Machiavelli. Que por acaso são também dois dos meus livros favoritos, ao contrário da Fenomenologia do Ser e do que quer que seja que o A. Jota Seguro leia. Mas se calhar a culpa é minha, que gosto de heavy metal.
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