1) Podem (e essa é uma razão bastante forte).
O que é chato mesmo é ver o José Rodrigues dos Santos a hesitar, sem saber bem o que chamar às pessoas que andavam a pilhar - "amotinados" faz lembrar um filme com o Marlon Brando, e "terroristas" (que é a expressão que os tios americanos aconselham) também não dá muito jeito se não existirem bombas - tendo por fim optado por "manifestantes", como se "riotters" e "demonstrators" fossem a mesma coisa. A BBC cometeu o mesmo erro ao entrevistar o escritor Darcus Howe, algo de qual já se desculpou.
De resto, é o que se esperava: sociólogos a utilizarem psicologia individual para explicar algo que só pode ser explicado por uma psicologia de massas.
As massas, como se sabe, são acéfalas. Não pensam. Não precisam de um motivo para agir; simplesmente agem. O poder que obtêm de conseguirem partir tudo e ninguém aparentemente conseguir fazer algo para o impedir é a gratificação imediata de que necessitam.
Apesar disso, tenta-se insistir na ideia de que a culpa é do Twitter ou do BlackBerry, do desemprego, das condições sociais, da juventude desocupada, do ignorar das reivindicações dos mais desfavorecidos, do corte dos benefits, e da crise económica mundial. O Homem por natureza é bom, e é a sociedade que o corrompe, mais as tretas moralistas do costume. Eis os media em todo o seu esplendor.
Sem comentários:
Enviar um comentário