Os blogues políticos são o local onde se pode encontrar a fina flor da clubite partidária. As jotas são outro. Essa gente não se move por coerência ética ou ideológica. Limita-se a urrar e a brandir o cachecol do partido como se estivessem num estádio. É uma abordagem política que se baseia nas emoções, expectativas e desejos de quem a apoia, uma vez que funciona de uma forma demagógica. Por alguma razão se chama propaganda. Sendo esses blogues, e quem os escreve, demagógicos e populistas, não se pode querer que estes tenham um abordagem racional. O que vale é que quem frequenta a blogosfera os conhece. A estratégia destas pessoas passa por causar medo na opinião pública, demonizar o adversário e, de um modo geral, apelar à emoção. O governo/partido/clube/bando dá o mote e os assessores/envenenadores executam.
Serve isto para explicar como aparece uma personagem como Relvas, parte de um governo que espia os próprios cidadãos, principalmente aqueles que lhe possam causar mais problemas. Um governo que usa os aspectos sórdidos das pessoas espiadas como chantagem e coacção para que estas façam aquilo que esse mesmo governo deseja. Falta saber aquilo que era para ser publicado no jornal Público, que motivou a chantagem do governo. Para lá das considerações éticas, a chantagem é um trunfo que só deve ser utilizado em último recurso e, como tal, aquilo que motivou a chantagem deve ser revelado, para que nós possamos perceber se o ministro da Propaganda tinha razão em utilizar esse recurso. Considerando que é sempre possível argumentar que a chantagem é um método racional se estivermos a falar de bandidos.
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