terça-feira, 10 de julho de 2012

O canudo do Relvas visto lá de fora


Os amigos angolanos e brasileiros de Miguel Relvas acharam estranho que um tipo assim tão esperto ainda não tivesse comprado um canudo. O querer ser interpelado por "doutor" não é bem uma questão de provincianismo, mas mais uma questão de se sentir integrado com o resto do gang. Não quer isto dizer que Miguel Relvas seja assim por influência estrangeira. Relvas é um cretino por natureza, um bandido por formação e um pulha por filosofia. O facto de tal personagem ter amigos angolanos e brasileiros, foi devido ao próprio se ter procurado associar a essas pessoas no seu caminho de trafulhice, em países onde o saque fosse porventura mais fácil e sem estar aqui a fazer um concurso sobre o país onde existem mais corruptos. Para isso, ia ao índice da Transparência Internacional, onde Angola aparece no 168º lugar, o Brasil em 73º e Portugal em 32º atrás do Botsuana.

O moralismo da Direita na meça de contas à Universidade e ao Estado português no Caso Relvas só é comparável à falsa ignorância da mesma sobre quem realmente domina o Estado. Nós vivemos numa oligarquia, não vivemos numa democracia, logo não existe algo como uma accountability por parte dos cidadãos. As entidades reguladoras são uma anedota, que servem para lançar poeira na opinião pública, e a autoridade, que é o poder investido pelo Estado, só existe para criar iniquidade social.
A Direita fica indignada quando se sabe que, tal como os seus amigos angolanos e brasileiros, também Miguel Relvas corrompe, paga luvas e troca favores e influências. Isto é factual e eles nem sequer se dão ao trabalho de o esconder, porque, lá está, fazem todos parte da mesma oligarquia. Não estando com isto a querer desculpar os pulhas portugueses que não sejam tão famosos como Miguel Relvas.

Sem comentários:

Enviar um comentário