sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Dormência

A serpente encontrava-se dormente. A perda do Amor, da Amizade e de todos aqueles sentimentos que nos fazem sentir, deram origem a esse luto. O tempo invernoso e o frio das intempéries propiciavam e encorajavam esse estado de espírito.
Enroscou-se em si própria e retirou-se voluntariamente da sociedade.
Com o passar dos dias, esgueirou-se lentamente para o exterior, onde o brilho do Sol lhe queimava os olhos.
A época não ajudava. Mesmo que a inerente mensagem de Paz e Boa Vontade fosse aviltada pelo acotovelar desesperado de humanos, empenhados em cumprir uma tradição.
Perdeu toda a esperança, bem como a alegria em efectuar fosse o que fosse. Mesmo que a celebração de um novo ano fosse a congratulação do facto de estar vivo, esse era um fraco argumento.

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