segunda-feira, 19 de abril de 2010

O + Manso

Segundo o Priberam, "manso" é um adjectivo e significa "que não é bravo, benigno, de génio brando, sossegado, tranquilo, domesticado, cultivado (no caso dos vegetais), sereno, plácido, não silvestre, lento, brando".
Designa de igual modo um advérbio, que tal como "mansamente", significa "com mansidão, com bons modos, ao de leve, em voz baixa". Entra também na composição de "manso e manso", que significa "pouco a pouco".

Em relação à classe política, o povo chamava-os de pessoas de "falinhas mansas", o que também serve para designar um vigarista. No entanto, existem outro tipo de "mansos". Para além do supracitado povo, o manso mais comum é aquele que habita as planícies ribatejanas e que viu a sua capacidade, digamos, reprodutora bastante diminuída.
Agora a dúvida que se punha era quem era o "mais manso"?
Confesso que até tinha uma certa consideração por Francisco Louçã, mas após o uso por parte deste, do referido adjectivo na voragem de um debate parlamentar, fez-me ficar no mínimo, algo perplexo.
O meu primeiro pensamento foi algo do género: "mas ele pensa que está em alguma praça" (entenda-se praça por feira, o que no caso de ser uma feira de gado, até nem era descabido).
Convenhamos que o referido adjectivo, apesar de não ser um impropério ou uma profanidade, é sintomático do clima em que se vive.

Apesar de se poder argumentar que o Primeiro-Ministro tem o merecido por não se dar ao respeito, devido a incidências do mesmo género e que o negócio da "compra" do Figo não abona na sua estrutura moral. Existe uma reserva por parte dos políticos ao ataque demasiado frontal, para que o debate possa ficar sem efeito.
Mesmo o desabafo off-record pesa pouco nos pratos da balança quando a maré já está assim tão alta.
A euforia tem destas coisas. A euforia de Louçã e o desagrado de Sócrates. Coisas que não são consertadas com o grupo e saem no momento. Coisas de aspecto amador. Claro que as ovelhas "de esquerda" devem ter rejubilado com tais tiradas, que até admito, terem sido um bom momento televisivo.

No fim de contas, o "animal feroz" era só um mito e ficou-se a saber quem era o "mais manso". Sim, porque o mais bravo era o ex-ministro Manuel Pinho, que teve a infelicidade de, na altura, se estar a referir a outro "manso".

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