terça-feira, 1 de junho de 2010

Luta como um miúdo!


Hoje comemora-se o Dia da(s) Criança(s), aqueles seres que supostamente vão herdar a miséria de mundo que lhes deixarmos, com o nosso hedonismo, egoísmo, sobre-exploração e dívidas financeiras. Se considerarmos que o pior sentimento humano que se pode sentir é a pena. Então, eu consigo de facto senti-la. Pois tenho pena do futuro da humanidade, das gerações vindouras que serão chamadas à sua quota de responsabilidade, pois os país delas já cá não se encontrarão para que estas lhes apontem o dedo.
Existem muitos a roubar o oxigénio aos vivos, pois no fundo da sua alma, já estão mortos. Certos comportamentos asseguram que alguns destes indivíduos já não são humanos, porque o ser humano não tem o tipo de atitudes e comportamentos destes, como matar friamente e sem o mínimo de paixão ou compaixão. Claro que existem humanos que se comportam assim, mas esses são escravos comandados por máquinas, uma vez que a ambição maior de qualquer povo é ser livre, como os povos livres autóctones antes da chegada de um rolo compressor civilizacional.

Mas as crianças quando nascem, são logo marcadas com um selo. Um selo que indica a autoridade do Estado. A noção de Liberdade já estava escrita em cuneiforme, na Suméria, desde o início da Civilização. Altura em que o homem necessitou de definir esse conceito, até então inexistente.
No local onde a cidade de Roma se iria erguer, habitava uma ninfa chamada Carna. O deus Jano, que presidia às passagens, aos começos e aos fins, apaixonou-se por ela. Devido a isso, deu-lhe o poder sobre as dobradiças (cardo em latim) e as maçanetas das portas, transformando-a em Cardea, a deusa protectora das casas.
Com este novo avatar divino, Cardea era adorada durante este mês de Junho (dedicado a Juno, deusa da maternidade) uma vez que este era considerado a "dobradiça do ano".
A sua função principal dentro do lar, era proteger as crianças contra vampiros e bruxas.

O dia como o conhecemos hoje foi institucionalizado em 1925, na Conferência Mundial para o Bem-Estar da Criança, embora em certos países como a Turquia, que reclamam a autoria da deste dia (Çocuk Bayramı) seja comemorado a 23 de Abril, enfatizando a ideia que as crianças são o futuro da Nação, confiando-lhes a sua independência e soberania.
No Paraguai, o Dia da Criança é comemorado a 16 de Agosto, dia da batalha de Campo Grande (Acosta Ñu) em 1869.
Na guerra territorial entre o Paraguai e a aliança entre o Brasil, Argentina e Uruguai, a maioria da população adulta masculina do Paraguai já tinha sido morta. Recusando a derrota, o governo do Paraguai começou então a utilizar crianças no exército, sendo que, os cerca de seis mil soldados do exército paraguaio que combateram na batalha do Campo Grande, eram na sua maioria crianças.
Cerca de um terço (mais de dois milhares) delas foram mortas pelos soldados inimigos durante a batalha, naquela que deverá ser uma das maiores infâmias da história humana.
Apesar de tudo, hoje em dia, ainda milhares de crianças são vítimas de lavagem cerebral e usadas por governos e várias facções como força militar.

2 comentários:

  1. Este post já é antigo mas ando a ler o blog com calma...Relativamente a este assunto recomendo a todos que vejam um filme que "descobri" o ano passado...chama-se "Johny the Mad Dog" e retrata uma história real passada durante um golpe militar num país africano. Mesmo as personagens do filme são retratos de crianças reais que o realizador conheceu quando esteve no país. A sério, vê!

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  2. O Johnny Mad Dog parece ser um bom filme.
    Eu lembro-me do trailer quando estreou, mas é o tipo de assunto que não deve interessar a certas pessoas que se divulgue muito!

    Agradecido por isso. Leva o tempo que te apetecer.

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