Ao contrário do que parece, tudo começou com Laurentino Dias. Foi ele quem prometeu aos portugueses (promessa em que nunca acreditei) que a selecção nacional, comummente conhecida como Portugal, poderia ir tão longe neste mundial como foi no mundial de 2006, ou seja, estabeleceu a meta, e consequentemente o objectivo das meias-finais. O que sendo muito bom para intoxicar o Povo, não deixa de ser de um irrealismo atroz.
Bem sei que Sócrates também fez aquela promessa dos não-sei-quantos milhares de desempregados, perdão... de empregos, mas esta era muito melhor.
E que aconteceria se não cumpríssemos esse objectivo? Sim, porque a selecção somos todos nós. Todos nós é que falhámos e não apenas jogadores como o Hugo Almeida, que usam a selecção para se promover. A resposta ao que aconteceria foi dada na forma de um processo que o dito secretário "achou" na sua gaveta, e que utilizou como injusta causa para que alguém pagasse o devido, neste caso Carlos Queiroz, segundo aquelas campanhas lamacentas que os políticos tão bem sabem construir.
Agora que o processo terminou e Portugal pode alegremente perder sem a influência queiroziana, este secretário pode permitir-se de ter a aleivosia em declarar que o futebol, apesar de ter regras próprias (assim, género feudo medieval) tem de se submeter às regras do Estado de Direito, essa ficção controlada por máfias e interesses corporativistas que o senhor secretário conhece tão bem, nem que seja pelo pocilgal ajuntamento aos senhores do apito dourado e por aquelas abjectas comparações do futebol com o andebol, o basquetebol e por aí fora (quanto se trata de realidades diametralmente opostas, desde a cultural - a bola - até à financeira, onde se contam as receitas em milhões).
Infelizmente, dinheiro esse, quase sempre gerido de forma mafiosa com o beneplácito do governo.
Por isso, trata-se de uma questão de justiça considerar essa pessoa como persona non grata. Alguém tinha de dar o primeiro passo, e qualquer um que tenha estado dentro de um lamaçal, sabe bem que os passos que por lá se dão, são difíceis de dar.
Imagem de "Le Cochon Danseur", 1907
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