Esta semana foi surreal. Desconheço a razão porque me estou sempre a cruzar com raparigas que gostam de brincar com o fogo. Se é a inerente estupidez da raça feminina a causa deste tipo de atitude imatura, ou se existe alguma pulsão magnética da minha parte, que me atrai para esse tipo de pessoas, é algo que não consigo explicar.
A juntar a este problema da coronária, que se resolve com uma atitude racional, foi assistir à consequente desumanização de corações e almas devido à informação e à tecnologia, transformando os indivíduos em armas de destruição maciça, através de uma escolha criteriosa de alvos pessoais.
O ego é determinante naquilo que gostamos ou o que não gostamos. A programação individual ajuda o indivíduo a sobreviver, e numa lógica mais complexa, faz com que uma pessoa tenha um determinado peso na sociedade, segundo os amigos que tem ou que deixa de ter.
O entranhar de uma determinada máfia no tecido artístico e cultural do país tornou a premissa principal na necessidade de pertencer a uma capelinha, onde estão os nossos amigos. Aqueles que nos ajudam, independentemente do nosso talento, uma vez que estas personalidades são egocêntricas e deixaram de ter noção da realidade em que vivemos.
O que nos leva à questão do elitismo. Se a massificação de um produto pode ser quase sempre nefasta para a qualidade do mesmo, a selectividade, ou pior do que isso, a falsa selectividade consegue produzir resultados ainda piores. Por elite entende-se um grupo restrito de indivíduos, dominante no interior de uma sociedade e que detém um estatuto privilegiado, motivo de inveja por quem se situa num patamar inferior.
Mesmo que num momento inicial, o ego jure que não vai modificar o seu comportamento ou a sua postura, a venda da alma ao Diabo e o mel sedutor que este oferece conseguem abalar a postura mais estóica. No fundo, todos queremos aquilo que criticamos, e no fim de contas, todos criticamos aquilo que já fizemos. Criticamos quem canta em inglês, apesar de já o termos feito anteriormente. Criticamos as máfias artísticas, mas vamos lá beijar-lhes o rabo e até sorrimos. Criticamos o estado a que o país chegou, mas é tudo conversa de café, e depois dos nossos quinze minutos de indignação, vamos dormir, que amanhã é outro dia.
Criticamos porque não queremos fazer mais nada e só isso nos resta. Quando finalmente formos chamados à elite, essa grande vaca, cujas tetas alimentam uns poucos privilegiados, ficaremos satisfeitos e encontraremos outra coisa qualquer para criticar suavemente.
Uma laranjeira sofria anualmente com as larvas da mosca da fruta. A partir de uma determinada altura, o dono resolveu não regar os ramos da árvore, como era prática comum, nem usar o aparentemente inútil pesticida. A dita árvore começou estão a apresentar um conjunto elaborado de teias de aranha em quase todos os ramos. As aranhas perceberam que naquele local havia algo para se alimentarem e controlaram a população de moscas, restabelecendo o equilíbrio ecológico, o que veio contribuir para uma safra de laranjas sadias.
As melhores soluções são muitas vezes as mais simples, e quem faz jogos desnecessários por vezes dá-se mal.
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