domingo, 27 de março de 2011

Pesadelo trans-dimensional

O grupo de místicos que encontrei eram pessoas da minha idade. Todas elas capazes de verem os espectros e as várias confluências caleidoscópicas da realidade. Diziam-me que se conseguisse entrar em contacto com os seres angélicos que flutuavam por cima de nós, então conseguiria rasgar as cortinas que me impediam de observar esses mesmos espectros que o comum dos mortais não vê.
Ao descer por uma avenida bastante diferente daquela que existe na realidade, cujos edifícios futuristas me fizeram pensar que algo teria acontecido, encontrava-se tão leve o meu corpo, que eu como que flutuava por cima dos carros estacionados, até que finalmente o nosso grupo chegou ao local onde eu iria tentar quebrar os véus da realidade. O local era um grande edifício ermo e um velho artesão encontrava-se a laborar num nicho da entrada.

Eu e o referido grupo entrámos e subimos lentamente umas escadas. Sentei-me de pernas cruzadas numa das salas, um hall amplo, e preparei-me para entrar em transe. Ao fim de alguns momentos a meditar, o meu espírito e supostamente o meu corpo, entraram noutra dimensão, de onde os místicos pareciam ter desaparecido.
De facto, o meu corpo estava ainda na sala, mas em transe, ao mesmo tempo que a minha mente assumia o controlo de um corpo igual ao meu, que estava numa sala igual aquela que tinha deixado, embora nesta nova sala ninguém me rodeasse. Parecia que ninguém existia nesta realidade, tão semelhante, e ao mesmo tempo tão diferente daquela onde eu tinha deixado o meu corpo físico.
Tentei perceber onde estava, mas o facto de me encontrar sozinho ia-me deixando cada vez mais apreensivo.

Nesse momento, começa a tocar um telefone que se encontra na sala. Resolvi atender, embora desconfiasse que seria algo estranho, pois sabia que me encontrava numa dimensão paralela aquela onde se encontrava o meu corpo, rodeado do grupo de místicos.
Ao telefone, uma voz imperceptível ia-se tornando mais clara à medida que me ia relatando algo que iria acontecer.
Após o telefonema, tentei subir para cima de uma clarabóia para descobrir se conseguia rasgar as cortinas que me impediam de ver os espectros. Ao rasgar as cortinas vi que os espectros tinham assumido o aspecto de uma nuvem de fumo. Foi nessa altura em que caí de costas e acordei pesadamente na minha cama.

1 comentário:

  1. Vais para a cama de barriga cheia e depois admiras-te que tenhas sonhos destes....tstsstsst

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