O Dia Mundial de Combate à Desertificação devia ser celebrado por todos os que se preocupam com a pressão que os seres humanos exercem no meio. De uma forma simples, a desertificação é a perda de biomassa de um determinado ecossistema devido a causas climáticas e/ou humanas. Nada tem que ver com o despovoamento, que é um conceito completamente diferente. Vou escrever de novo: nada tem que ver com o despovoamento.
Não adianta virem com o Priberam ou com o dicionário. Um geógrafo não usa expedientes linguísticos como "ilha deserta"; prefere falar de ilhas desabitadas. Um geógrafo sabe fazer a distinção entre povoamento e erosão do solo.
Desmistificar este preconceito é quase impossível, devido ao facto da generalidade dos jornalistas e dos políticos portugueses ser completamente ignorante nesta matéria, insistindo na difusão do erro.
No fenómeno de desertificação, o solo degrada-se e perde capacidade produtiva. O ecossistema torna-se árido; e a médio prazo, as terras atingidas pela desertificação forçam a população residente a procurar novas áreas mais rentáveis. Ora, como se consegue perceber, nada disto acontece na região das Beiras ou de Trás-os-Montes, por exemplo. O que aí ocorre designa-se por despovoamento.
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