terça-feira, 20 de setembro de 2011

Ajuste de contas

Neste blogue não se escreveu sobre Jardim, por não querer ser um trend follower. Os media têm a sua própria agenda, e ninguém me paga para me tornar numa prostituta.
Para concretizar algo sobre este assunto teria de entrar no horizonte de eventos da difamação. Teria de falar dos offshores, e de como é consensual que estes servem para especular com dinheiro que não existe, para fazer alavancagens financeiras e para lavar o dinheiro oriundo de actividades ilícitas (como por exemplo, o narcotráfico) transformando-o depois em dinheiro legítimo.
Poderia depois comparar isto com a arrogância de Jardim, com o facto dele falar grosso, da chantagem sucessiva sobre todos os governos nacionais, da linguagem e posturas impróprias de um conselheiro de Estado, do tom jocoso, e da unanimidade e bonomia com que sempre foi aplaudido pela generalidade da comunicação social e restante classe política - "Oh he's so lively, so refreshing!" - e do pacto que todos nós fizemos para que ele continuasse no poder.
O PSD Madeira é igual ao Governo Regional é igual à sociedade madeirense. Alguém que esteja excluído deste círculo tem direito a uma existência miserável. As obras que servem para encher o olho na sua permanente campanha eleitoral, têm retribuição zero. Destinam-se a encher os bolsos de construtores civis e de empresas de projecto, depois destas, claro está, se filiarem no PSD Madeira.

Existe a argumentação de que a delapidação dos recursos do país tem sido culpa dos sucessivos governos, mas essa é uma ideia errada. Os sucessivos governos sempre fizeram aquilo que lhes dissessem para ser feito. Não são os governos que mandam; quem manda são os oligarcas, e para essas pessoas, o governo é apenas um instrumento da sua acção. A mesma meia dúzia que sempre mandou em Portugal, que não é eleita, que está acima das regras e convenções, leis e destinos a que estão sujeitas as restantes pessoas. São os Mellos e os Vasconcellos; seres iluminados, a quem se deve vassalagem e que fazem sentir a sua presença no sector bancário e empresarial, para melhor manietarem o país aos seus interesses.
A argumentação que poderia ser feita é a de que nunca houve nenhum governo que tivesse os testículos com a dimensão suficiente para alterar esse estado de coisas.
Esse hipotético governo cairia no momento em que manifestasse essa intenção, através de uma campanha mediática feita pelas empresas de comunicação social, que pertencem a esses oligarcas, e a uma conjugação dos restantes poderes para repor as coisas na ordem previamente estabelecida.
Existe da parte do cidadão comum uma sensação de impotência para alterar tudo isto. Porque parece maior do que ele; porque parece mais vicioso, mais maléfico e mais corrupto do que aquilo que ele consegue entender.

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