domingo, 13 de novembro de 2011

Era uma vez... o Homem

Esta história poderia começar assim: "C'era una volta l'uomo..." como na série animada dos anos setenta. As manifestações de júbilo por toda a Itália parecem as mesmas dos povos que finalmente conquistam a liberdade. Embora neste caso, esses mesmos povos estejam mais cerceados do que nunca. A Goldman Sachs já tinha avisado a meio da semana de que forma é que queria o novo governo italiano. Já não estamos em tempo de fingimentos e nada melhor do que um Trilateral-Bilderberg-Goldman como Mario Monti para endurecer a acção. Quando o ostrogodo Odoacro se tornou no primeiro Rei de Itália, no distante ano do Senhor de 476, este limitou-se a tomar a coroa que era de facto dele, acabando de vez com a farsa do poder imperial romano.
Dizem os entendidos que aquilo que acontece em Itália tem repercussões no resto da Europa; fazendo talvez um paralelismo com a influência egípcia no resto de África e do Médio Oriente. Embora aqui não haja Primavera, só um Inverno bastante frio.

A Itália esteve desde sempre no centro do poder europeu e mundial; foi a origem do Império Romano, fez parte do Império Franco, do Sacro Império, da Casa dos Habsburgos e do Império Napoleónico. Foi na Itália dos Gonfaloniere de Florença que se criou o florin, a moeda de ouro mais valiosa da Idade Média e do Renascimento, o que permitiu que banqueiros como a Casa dos Medici dominassem o poder político mundial, que a oligarquia dos Doges de Veneza detivesse o monopólio sobre o comércio com o Oriente, e que a Casa dos Bórgia conseguisse corromper e manipular a nobreza do Ocidente. Foi em Itália que a ideologia fascista foi primeiro posta em prática e depois se difundiu pela Europa. Foi onde se assinou o Tratado de Roma, que veio a estabelecer aquilo que mais tarde se veio a designar por União Europeia.
Por alguma razão os nossos políticos tomaram a decisão consciente de degradar o ensino da disciplina de História: o cidadão ignorante não teme aquilo que desconhece.

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