sexta-feira, 12 de julho de 2013

A Canícula

Cavaco já sabia que o segundo resgate vinha aí. Pelo menos desde o momento em que fez aquelas declarações de que deveríamos ter uma troika sem o FMI, aproveitando a informação a que teve acesso para fazer boa figura. Ventríloquo de Ferreira Leite, a tal da suspensão da democracia, já veio dizer que a situação está pior do que toda a gente pensa, numa tentativa mesquinha e demagógica de apelar ao medo. Depois foi só fazer algo diferente daquilo de que se estava à espera, que era a posse imediata deste governo, numa metáfora bonita de lavar as mãos, como fazem aqueles que fogem das suas responsabilidades. A vergonha da instituição que representa.

Cavaco não tem ideologia. Só quem lidera é que precisa de acreditar em alguma coisa. Os empregados e funcionários burocráticos não precisam. Cavaco aprendeu no Estado Novo que a melhor acção é o unanimismo e não fazer ondas. Sendo este o espelho do pensamento da maioria dos portugueses, daí o seu sucesso e longevidade política.
Para existir uma negociação, mesmo com divergências profundas, é necessário que haja poder. As "negociações" de Seguro são um teatro para entreter o pagode. Se querem mostrar as verdadeiras negociações em que Portugal está envolvido, mostrem as reuniões entre a Goldman Sachs e o BCE.

Imagem: Cão Azul

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