terça-feira, 2 de julho de 2013

A permuta

O swap é um derivado financeiro (derivatives em inglês). Os derivados financeiros foram os responsáveis pela crise económica mundial e pela falência da Lehman Brothers, o que despoletou a crise das dívidas soberanas. O tipo de gente que fez estes contratos especulativos conhece bem os vários esquemas fraudulentos que estes permitem e só os fez porque, caso algo corresse mal, seriam cobertos com o dinheiro dos cidadãos, degradando o seu modo de vida. Como aliás está a acontecer.
Os swaps são contratos de permuta (ainda hoje não se percebe porque é que os jornalistas não usam este termo e preferem o inglês) entre duas empresas, em que uma delas tem um empréstimo a uma taxa fixa e outra a uma taxa variável (que pode depender da variação de preço de um bem, como o preço do barril de crude) e utilizam uma instituição financeira (pode ser um banco) para trocarem os contratos, ficando uma com o contrato da outra.

Imaginemos o seguinte cenário: Uma hipotética senhora dona Maria, gestora de uma empresa pública de transportes, troca o seu contrato de empréstimo fixo por outro com uma empresa americana que tem um contrato de empréstimo dependente da subida ou descida do valor do crude. Essa empresa americana já pagou luvas à senhora dona Maria para ela aceitar a troca de contrato, que ela pode justificar pelo facto do crude estar em baixa e ser vantajoso para o Estado a permuta. Após a troca, o preço do crude sobe e upa upa, eis que o banco começa a reclamar da empresa pública da senhora dona Maria o valor inerente ao preço do barril de crude. Como se trata de uma empresa pública, o contribuinte é obrigado a meter lá do seu próprio dinheiro, e o governo que gere o dinheiro do contribuinte só tem de dizer que a empresa é deficitária e não dá lucro. Este esquema fraudulento dá dinheiro a todos, menos ao contribuinte, que é o que tem de financiar o esquema.

Primeiro tenta-se sacar esse dinheiro ao contribuinte através da subida de impostos, conhecido como método gasparino. No entanto, para atingir o valor necessário deve-se "cortar na despesa do Estado", um eufemismo para despedir funcionários.
Ninguém explica o que vem aí, apesar de toda a gente já saber que é o despedimento de centenas de funcionários públicos, porque nada foi anunciado. Se o governo fosse composto por pessoas corajosas, em vez dos facínoras cobardes que são, já tinha anunciado que vai despedir essas pessoas e assumia na integra essa decisão. Mas como é um governo de manipuladores e embusteiros, ficou à espera da última hora para fazer o anúncio. Esta táctica levou a que o psicopata responsável pela gestão primária se tenha retirado de cena, não sem antes ter permitido um trade volume suficiente a instituições financeiras americanas e europeias para que estas retirassem os seus dividendos com a desgraça dos portugueses.

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