Parece ser oficial. A Grécia bateu no fundo e entrou em colapso.
A guerra em que está envolvida deixa-lhe poucas saídas visíveis. A última batalha saldou-se na morte de três funcionários bancários em Atenas, devido a um incêndio provocado por um cocktail molotov.
Claro que a intelligentsia blogosférica lusa, especialmente a acomodada à direita, logo se apressou a considerar os seus perpetradores como manifestantes de estrema esquerda. Embora estes possam ser anarquistas ou mesmo polícias infiltrados (em todo o caso, as informações são contraditórias, como em qualquer cenário de guerra) e confesso que ando um bocado farto dessas trincheiras ideológicas.
Tenho lido e ouvido muito sobre a densa argumentação de que Portugal não é a Grécia. De facto, olhando para os números frios das rates, as realidades são diferentes.
De facto, Portugal não é a Grécia. Portugal não tem um "Eleftheria i Thanatos" (Liberdade ou Morte) como o seu lema. Portugal não se importa muito com a ausência de um lema. O movimento anarquista nacional é incipiente, ao contrário da vitalidade, e não só de agora, do seu congénere grego.
Talvez seja por serem um povo mais individualista, cujo próprio território os obriga a centrarem-se em si próprios, que faz os gregos terem um certo orgulho nacional. Apesar de ultimamente serem obrigados a cumprir compulsivamente directivas estrangeiras, as soluções não passam pela rendição.
Mas claro que Portugal não é a Grécia. Apesar de ter contribuído para espalhar uma nova era de Globalização através da exploração oceânica, a alma lusa deve, tal como toda a Civilização Ocidental, o seu berço à Grécia. Isto, para além dos restantes contributos da psykhe grega, tais como a democracia, a ciência política, os princípios matemáticos, filosóficos e literários, o estudo da história, música e teatro.
Caso a União Europeia se desagregue, e tal facto não deve ser posto fora de conjectura, devido à dissolução do sistema monetário, teremos atingido um ponto em que o próprio tecido da Civilização Ocidental se irá começar a romper. Esta tese é partilhada por certos eruditos, embora tal como costuma acontecer nestes casos, poucos a levem a sério.
Uma novas Termópilas aguardam-nos.
Molōn labe!
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