segunda-feira, 28 de novembro de 2011

O Fado que já não é só nosso

TM

O Camané, a Mariza e o Carlos do Carmo são muito queridos no meio da intelligentzia lisboeta. Existem outros fadistas, culturalmente tão ou mais importantes do que estes exemplos, mas quiçá por cheirarem muito a povo, não são considerados pela classe elitista que define aquilo de que se deve ou não gostar.
Quanto à candidatura, o Nery vendeu o Fado muito bem, apesar deste ser certamente mais fácil de vender a entidades estrangeiras do que empresas como a REN ou as Águas de Portugal.

domingo, 27 de novembro de 2011

O último recurso do guerreiro frustrado


Isto compreende-se. Eles queriam sentir o Inferno da Luz, e como a equipa deles não chegou a aquecer, foi este o resultado. Um psicólogo social poderia explicar as causas profundas da frustração, mas parece que esta gente já aprendeu o significado de superioridade ilusória e já consegue baixar a crista. Pelo menos os mais inteligentes, se bem que as capacidades cognitivas desta seita deixem um bocado a desejar.
Os hominídeos primitivos também sabiam fazer fogo. Não é complicado. Se virassem toda aquela frustração contra a desculpa de equipa e de direcção que têm, ficariam muito mais aliviados. Se fosse em Alvalade, sempre podiam ter batido nos polícias ou tentado o suicídio no fosso, que ficava-lhes mais barato.

Imagens: Lusa/José Sena Goulão

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Cagadelas de pombos

Os pombos não fizeram greve. A sério, às sete da manhã lá estavam eles perfilados nos beirais, preparados para levantar voo, ignorando a monumentalidade do dia. Ricardo Salgado é recebido pessoalmente pelo Primeiro-ministro, mas o cidadão comum simplesmente não tem voz. Os pombos voam e cagam nos manifestantes e nos polícias, nos trabalhadores em greve e em labor, nos sindicalistas e nos governantes. Se ao menos o povo compreendesse a noção de poder, as suas idiossincrasias e peculiaridades, talvez tivesse mais sucesso a lutar contra esse mesmo poder. Deste modo, vai só entretendo a comunicação social com esse desporto recém-inventado da "queda das baias". Aliás, "baia" é o compartimento ou espaço ao qual se recolhe o animal.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Escarlate

Scarlett Johansson

Scarlett faz anos. Vinte e sete, para ser mais preciso. Apreciada pela maioria dos homens, odiada por certas mulheres, a artista enquanto jovem é o ícone sexual mais importante do nosso tempo. As auto-fotografias telefónicas do seu corpo nu são uma notícia mais importante do que a situação económica ou as catástrofes naturais.
Scarlett, uma musa cinematográfica ainda longe do reconhecimento (afinal, ela é typecast...). Na espera que o talento de Woody Allen lhe dê "aquele" papel. O papel que a faça inscrever o seu nome num entalhe de mármore na galeria da história do cinema. Que a torne imortal.
Scarlett, que nunca se desvia um milímetro daquilo que lhe pode garantir a perfeição artística, cujo planeamento aniquila todo o tipo de emoção que pudesse transmitir. Scarlett é uma imagem, uma cor entre o vermelho e o laranja, mas sem a paixão ardente do primeiro, ou a melancolia outonal do segundo.

sábado, 19 de novembro de 2011

O palácio que ninguém vê

A pergunta que ainda ninguém fez em relação ao vídeo dos universitários burros, é o porquê de uma empresa do grupo Cofina estar a promover um produto do grupo Media Capital? A premissa base do vídeo parece ser a comparação da cultura geral do país universitário com a de uma concorrente do país dos reality shows ou "país real". Apesar do Ofídio apreciar a Cátia, por ela ser uma porca que mexe despudoradamente nas virilhas masculinas, não compreende o gozo que os portugueses gostam de ter com a ignorância alheia. O esplendor do palácio só depende do tipo de burro.
Não me surpreende a arrogância jornalística desde que vi uma reportagem de rua que inquiria se as pessoas sabiam o que era a nomofobia, perante a estupefacção do entrevistador. As regras deontológicas e profissionais não se aplicam a estes quasi-jornalistas, que provavelmente nem sequer devem ter carteira profissional, e supostamente trabalham num regime de recibos verdes, avenças, ou qualquer outro tipo de escravatura empresarial. A caridade humana pede para sentir pena por tal gente. Mais ainda, do que pelos universitários apanhados na armadilha mediática.

Manipulação é aquilo que o grupo Cofina melhor sabe fazer. Uma estratégia que se adequa na perfeição ao estilo tablóide de pasquins como o Correio da Manhã, a Sábado, o Record, o Destak e por aí fora. Quando o próprio sindicato e a entidade reguladora andam a toque de caixa de certos jornalistas, aqueles que serviram os vários governos durante anos, nada de bom se pode esperar. Quando certos elementos da classe gostam de dizer, não sem uma certa razão, que escolhem os políticos que temos e condicionam a nossa Justiça, então estamos conversados.
Se eu quisesse fazer um inquérito desse tipo, procurava perguntas mais prosaicas e concisas. Gostaria de saber quem são os donos da Newshold? Que, para quem não sabe, detém mais de 10% da estrutura accionista da Cofina, para além de serem os donos do semanário Sol e de 2% do grupo Impresa. Porque razão a Newshold é detida por um offshore manhoso situado algures no Panamá, e porque se ventilam os rumores de que são capitais angolanos que estão por de trás dela? Tantas perguntas, nenhuma resposta; e desconfio que a razão não seja bem devido à ignorância.