Não tenho bem a certeza se de facto é teatro, mas um tipo qualquer de expressão teatral é certo que seja. A designação mais correcta será a de "pantomina" e os que a fazem, um grupo de pantomineiros.A novela em torno da aprovação do OE 2011 adquire contornos dramáticos. No fundo, Passos Coelho irá aprovar qualquer coisa o que o governo lhe apresente, mas precisa primeiro de mostrar que se consegue diferenciar deste.
Tanto Passos Coelho como a anterior líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, quiseram que o Poder lhes caísse no colo, em vez de o tentarem conquistar. São ambos figuras menores, que foram progredindo socialmente na sombra daquilo que o cavaquismo lhes quis oferecer. Dessa forma, são incapazes de mobilizar as pessoas que hipoteticamente os poderiam eleger, uma vez que é demasiado evidente o seu corte com a sociedade em geral.
Claro que Passos Coelho não pretende que o governo caia, nem quer provocar eleições, nem mesmo deseja entregar o país à ulterior míngua dos duodécimos (ordinal de doze, para quem não sabe português) e do consequente aumento dos juros da dívida. Isso só aconteceria se este realmente estivesse preocupado com a maldade do OE 2011 ou da suposta canalhice em torno da sua negociação, em vez de estar mais preocupado em chatear os portugueses através da comunicação social, através de uma crispação absurda.
Descontando o facto do ministro Silva Pereira ser um spin doctor, que foi à televisão fazer aquilo que lhe competia para manipular essa mesma opinião pública, as declarações extremas de Passos Coelho nunca deveriam ter sido proferidas. Mesmo partindo do princípio que todos sabiam e sabem que é um fogo de artifício no qual já ninguém acredita.
O debate público fica empobrecido e a credibilidade deixa de existir. Passos Coelho tem pessoas suficientes para fazer o seu trabalho sujo, mas as sondagens não lhe são favoráveis e resolveu assim assumir as despesas do combate.
Agora que já conseguiu o seu arroubo mediático, esperam-se os próximos capítulos. Uma vez que já se viu que as acções honestas e não demagógicas não condizem muito bem com este tipo de pantomina política.
Imagem: Seeds of Unfolding

Quem faz a política são as pessoas, não são os políticos, ou vá lá, os homens públicos. O veneno que existe na opinião pública serve-lhes, mas ninguém os questiona sobre aquilo que realmente impo
O Benfica desafiou um poder que domina o futebol nacional há mais de vinte anos. O Sporting é um actor menor, e quem de facto cerceia o campeonato português é uma canalha que vai desde um velho gaiteiro, passando por um proxeneta, e acabando no "temível" (deve ter algum taco de basebol) consiglieri Pôncio Monteiro. Incluindo ainda "pessoas" como o paneleiro Abreu Amorim ou o inqualificável Guilherme Aguiar. O 
Ao contrário do que parece, tudo começou com Laurentino Dias. Foi ele quem prometeu aos portugueses (promessa em que nunca acreditei) que a selecção nacional, comummente conhecida como Portugal, poderia ir tão longe neste mundial como foi no mundial de 2006, ou seja, estabeleceu a meta, e consequentemente o objectivo das meias-finais. O que sendo muito bom para intoxicar o Povo, não deixa de ser de um irrealismo atroz.
Foi triste de ver em Ponte de Lima algumas pessoas do bom e generoso povo a quererem cumprimentar o candidato Cavaco Silva e a serem afastadas de forma determinada pelos seguranças do outro, o Presidente da República, que tal como os motoristas e o resto da comitiva, são pagos pelo erário público (não que isso me cause grande problema. Para isso teria de falar nas vezes que Edite Estrela usou os fundos camarários para fazer campanha, ou nas vezes que Carlos César inaugurou uma obra regional enquanto estava em funções).
Senti-me como que absorto pelos meus pensamentos passados para papel. Precisava de entender o facto do toque ser frio e absoluto como uma caligrafia bem estruturada.
