Cavaco já sabia que o segundo resgate vinha aí. Pelo menos desde o momento em que fez aquelas declarações de que deveríamos ter uma troika sem o FMI, aproveitando a informação a que teve acesso para fazer boa figura. Ventríloquo de Ferreira Leite, a tal da suspensão da democracia, já veio dizer que a situação está pior do que toda a gente pensa, numa tentativa mesquinha e demagógica de apelar ao medo. Depois foi só fazer algo diferente daquilo de que se estava à espera, que era a posse imediata deste governo, numa metáfora bonita de lavar as mãos, como fazem aqueles que fogem das suas responsabilidades. A vergonha da instituição que representa.
Cavaco não tem ideologia. Só quem lidera é que precisa de acreditar em alguma coisa. Os empregados e funcionários burocráticos não precisam. Cavaco aprendeu no Estado Novo que a melhor acção é o unanimismo e não fazer ondas. Sendo este o espelho do pensamento da maioria dos portugueses, daí o seu sucesso e longevidade política.
Para existir uma negociação, mesmo com divergências profundas, é necessário que haja poder. As "negociações" de Seguro são um teatro para entreter o pagode. Se querem mostrar as verdadeiras negociações em que Portugal está envolvido, mostrem as reuniões entre a Goldman Sachs e o BCE.
Imagem: Cão Azul
sexta-feira, 12 de julho de 2013
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Portas abertas
Isto é como ir ao teatro, só que é com a vida dos portugueses. A corrente legislatura é composta por pessoas peritas em tudo o que seja sacudir a água do capote, espetar facas nas costas uns dos outros, dissimular, ludibriar, enganar e manipular. Um jovial bando de embusteiros presididos por aquele-a-quem-não-se-pode-insultar. Tal como um ninho de ratos ao qual é difícil fazer com que morram, por mais veneno que se lhes deite, estes espertos são hábeis em roer a corda e abandonar o navio, pensando só na sua sobrevivência pessoal. A Mãe Natureza tem sempre razão.
Paulo Portas is too sexy for his sentido de Estado. A sua característica mais mortífera é o seu timing e a imprevisibilidade deste, que advém do fascínio que tinha pelo jogo político quando ainda falava com o sotaque de Cascais e o jornal O Independente fazia a vida negra a Cavaco algures nos anos noventa. O cinismo de Portas foi sendo sempre menosprezado enquanto Relvas fez parte do governo e o biberão de ser ministro dos "negócios" estrangeiros contentava Portas nas negociatas com os chineses e os latino-americanos. Relvas saiu há menos de três meses. Desde então a ira da populaça virou-se para o ministro Vítor Gaspar, tendo o demagogo-mor afinado ligeiramente a sua estratégia com o desfecho que hoje se conhece.
Por altura da última campanha eleitoral, corria o rumor entre os militantes do PSD que Paulo Portas e Passos Coelho já tinham tudo acertado para formarem governo, e que só não se tinham apresentado juntos a eleições para não alienarem parte do eleitorado. Especialmente os idiotas úteis cujo voto pendula entre o PS e o PSD conforme a propaganda das televisões. Possivelmente, Portas estará já a pensar num acordo semelhante com Seguro, uma vez que esta união já foi abençoada por Balsemão na reunião do Bild. Seguro, tal como Passos, faz aquilo que lhe mandam e Portas estará lá apenas para assegurar que o artificialismo da vontade popular agrade aos mercados financeiros. Isto se não pensar em nada melhor entretanto.
O jogo de Portas de passar entre os intervalos da chuva e a pantomina de estar na oposição e no governo ao mesmo tempo podem, por exemplo, ter incomodado Vítor Gaspar; tendo este frisado o "enorme" no aumento dos impostos, ou Passos, ao referir-se a ele como o número três do governo. Mas estas rabecadas apenas fizeram Portas sorrir. Não havia disciplina ou imposição de respeito nas palavras ou acções de Passos Coelho, até porque a hipocrisia deste era bem visivel no seu sorriso amarelo, e Portas conhece esses sinais como ninguém.
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Paulo Portas is too sexy for his sentido de Estado. A sua característica mais mortífera é o seu timing e a imprevisibilidade deste, que advém do fascínio que tinha pelo jogo político quando ainda falava com o sotaque de Cascais e o jornal O Independente fazia a vida negra a Cavaco algures nos anos noventa. O cinismo de Portas foi sendo sempre menosprezado enquanto Relvas fez parte do governo e o biberão de ser ministro dos "negócios" estrangeiros contentava Portas nas negociatas com os chineses e os latino-americanos. Relvas saiu há menos de três meses. Desde então a ira da populaça virou-se para o ministro Vítor Gaspar, tendo o demagogo-mor afinado ligeiramente a sua estratégia com o desfecho que hoje se conhece.
Por altura da última campanha eleitoral, corria o rumor entre os militantes do PSD que Paulo Portas e Passos Coelho já tinham tudo acertado para formarem governo, e que só não se tinham apresentado juntos a eleições para não alienarem parte do eleitorado. Especialmente os idiotas úteis cujo voto pendula entre o PS e o PSD conforme a propaganda das televisões. Possivelmente, Portas estará já a pensar num acordo semelhante com Seguro, uma vez que esta união já foi abençoada por Balsemão na reunião do Bild. Seguro, tal como Passos, faz aquilo que lhe mandam e Portas estará lá apenas para assegurar que o artificialismo da vontade popular agrade aos mercados financeiros. Isto se não pensar em nada melhor entretanto.
O jogo de Portas de passar entre os intervalos da chuva e a pantomina de estar na oposição e no governo ao mesmo tempo podem, por exemplo, ter incomodado Vítor Gaspar; tendo este frisado o "enorme" no aumento dos impostos, ou Passos, ao referir-se a ele como o número três do governo. Mas estas rabecadas apenas fizeram Portas sorrir. Não havia disciplina ou imposição de respeito nas palavras ou acções de Passos Coelho, até porque a hipocrisia deste era bem visivel no seu sorriso amarelo, e Portas conhece esses sinais como ninguém.
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terça-feira, 2 de julho de 2013
A permuta
O swap é um derivado financeiro (derivatives em inglês). Os derivados financeiros foram os responsáveis pela crise económica mundial e pela falência da Lehman Brothers, o que despoletou a crise das dívidas soberanas. O tipo de gente que fez estes contratos especulativos conhece bem os vários esquemas fraudulentos que estes permitem e só os fez porque, caso algo corresse mal, seriam cobertos com o dinheiro dos cidadãos, degradando o seu modo de vida. Como aliás está a acontecer.
Os swaps são contratos de permuta (ainda hoje não se percebe porque é que os jornalistas não usam este termo e preferem o inglês) entre duas empresas, em que uma delas tem um empréstimo a uma taxa fixa e outra a uma taxa variável (que pode depender da variação de preço de um bem, como o preço do barril de crude) e utilizam uma instituição financeira (pode ser um banco) para trocarem os contratos, ficando uma com o contrato da outra.
Imaginemos o seguinte cenário: Uma hipotética senhora dona Maria, gestora de uma empresa pública de transportes, troca o seu contrato de empréstimo fixo por outro com uma empresa americana que tem um contrato de empréstimo dependente da subida ou descida do valor do crude. Essa empresa americana já pagou luvas à senhora dona Maria para ela aceitar a troca de contrato, que ela pode justificar pelo facto do crude estar em baixa e ser vantajoso para o Estado a permuta. Após a troca, o preço do crude sobe e upa upa, eis que o banco começa a reclamar da empresa pública da senhora dona Maria o valor inerente ao preço do barril de crude. Como se trata de uma empresa pública, o contribuinte é obrigado a meter lá do seu próprio dinheiro, e o governo que gere o dinheiro do contribuinte só tem de dizer que a empresa é deficitária e não dá lucro. Este esquema fraudulento dá dinheiro a todos, menos ao contribuinte, que é o que tem de financiar o esquema.
Primeiro tenta-se sacar esse dinheiro ao contribuinte através da subida de impostos, conhecido como método gasparino. No entanto, para atingir o valor necessário deve-se "cortar na despesa do Estado", um eufemismo para despedir funcionários.
Ninguém explica o que vem aí, apesar de toda a gente já saber que é o despedimento de centenas de funcionários públicos, porque nada foi anunciado. Se o governo fosse composto por pessoas corajosas, em vez dos facínoras cobardes que são, já tinha anunciado que vai despedir essas pessoas e assumia na integra essa decisão. Mas como é um governo de manipuladores e embusteiros, ficou à espera da última hora para fazer o anúncio. Esta táctica levou a que o psicopata responsável pela gestão primária se tenha retirado de cena, não sem antes ter permitido um trade volume suficiente a instituições financeiras americanas e europeias para que estas retirassem os seus dividendos com a desgraça dos portugueses.
Os swaps são contratos de permuta (ainda hoje não se percebe porque é que os jornalistas não usam este termo e preferem o inglês) entre duas empresas, em que uma delas tem um empréstimo a uma taxa fixa e outra a uma taxa variável (que pode depender da variação de preço de um bem, como o preço do barril de crude) e utilizam uma instituição financeira (pode ser um banco) para trocarem os contratos, ficando uma com o contrato da outra.
Imaginemos o seguinte cenário: Uma hipotética senhora dona Maria, gestora de uma empresa pública de transportes, troca o seu contrato de empréstimo fixo por outro com uma empresa americana que tem um contrato de empréstimo dependente da subida ou descida do valor do crude. Essa empresa americana já pagou luvas à senhora dona Maria para ela aceitar a troca de contrato, que ela pode justificar pelo facto do crude estar em baixa e ser vantajoso para o Estado a permuta. Após a troca, o preço do crude sobe e upa upa, eis que o banco começa a reclamar da empresa pública da senhora dona Maria o valor inerente ao preço do barril de crude. Como se trata de uma empresa pública, o contribuinte é obrigado a meter lá do seu próprio dinheiro, e o governo que gere o dinheiro do contribuinte só tem de dizer que a empresa é deficitária e não dá lucro. Este esquema fraudulento dá dinheiro a todos, menos ao contribuinte, que é o que tem de financiar o esquema.
Primeiro tenta-se sacar esse dinheiro ao contribuinte através da subida de impostos, conhecido como método gasparino. No entanto, para atingir o valor necessário deve-se "cortar na despesa do Estado", um eufemismo para despedir funcionários.
Ninguém explica o que vem aí, apesar de toda a gente já saber que é o despedimento de centenas de funcionários públicos, porque nada foi anunciado. Se o governo fosse composto por pessoas corajosas, em vez dos facínoras cobardes que são, já tinha anunciado que vai despedir essas pessoas e assumia na integra essa decisão. Mas como é um governo de manipuladores e embusteiros, ficou à espera da última hora para fazer o anúncio. Esta táctica levou a que o psicopata responsável pela gestão primária se tenha retirado de cena, não sem antes ter permitido um trade volume suficiente a instituições financeiras americanas e europeias para que estas retirassem os seus dividendos com a desgraça dos portugueses.
sábado, 29 de junho de 2013
Trinta e Nove
Existem três problemas principais quando se sobe na escala evolucionária de reptiliano até paramamífero e de paramamífero até mamífero. O primeiro é que a componente emocional é basicamente residual nos répteis, em virtude da pressão metabólica do sangue frio. O segundo problema é que os répteis conseguem suportar melhor o calor. Para estes, nunca está quente demais. Depois existe o trinta e nove. Trinta e nove é o título de várias canções. Os escravos na Roma Antiga eram chicoteados trinta e nove vezes (quarenta menos uma). Trinta e nove nanosegundos foi o tempo que durou a reacção nuclear do engenho mais poderoso jamais detonado, a Tsar Bomba. Já os japoneses usam o trinta e nove para dizer "thank you" online, porque três diz-se san e nove é kyu.
Imagem: Shingo Matsunuma
Imagem: Shingo Matsunuma
sábado, 22 de junho de 2013
Like a Boss
James Gandolfini (1961 - 2013)
O glamour do humor sarcástico no cinema dos anos cinquenta e sessenta foi sendo abandonado em favor de abordagens politicamente mais correctas. Até que no novo milénio surgiu The Sopranos, série televisiva que estava muito à frente da sua época. Na altura que estreou entre nós, esta série "familiar" apanhou-me numa fase de transição da minha vida, o que talvez me tenha permitido um equilíbrio que eu não tinha até aí. Equilíbrio semelhante ao que eu gostava de encontrar actualmente.
Tony era cool. Praguejava como ninguém, agarrava num taco de basebol e resolvia as coisas logo no momento. Como é possível não gostar de alguém assim?
Agora Gandolfini morreu e só ficam as imagens na minha cabeça e a música nos meus ouvidos... "Woke up this mornin', got yourself a gun. Got yourself a gun. Got yourself a gun..."
sexta-feira, 21 de junho de 2013
quinta-feira, 13 de junho de 2013
Os indecentes
Existe uma confluência tribal em Portugal entre o Partido Social Democrata e o Futebol Clube do Porto, intercessão de interesses que assomou ao poder em finais dos anos setenta, princípios dos anos oitenta, através da promoção do sectarismo. Para além do ódio ao vermelho, o que identifica esta confluência é a tentativa de dividirem o País, colocando portugueses uns contra os outros, para no meio dessa espécie de guerra civil levarem adiante verdadeiros actos de banditagem contra o Estado de Direito. No pós-25 de Abril, este nunca os conseguiu travar devido ao facto de se encontrar manietado pela sua própria inacção, o que motivou uma sensação de impunidade desta nova elite de personagens tão conhecidas do grande público, como o autarca Luís Filipe Menezes ou o líder parlamentar Luís Montenegro.
A verdadeira face desta gente revela-se na plenitude neste twit de Cabreu Amorim, deputado do PSD e adepto do FCP, acerca dos magrebinos e que é tão estúpido que só dá para rir. No entanto, nada é inocente naquilo que um propagandista como o Cabreu Amorim diz ou escreve. A guerra norte-sul foi uma manobra de manipulação de massas que começou com Pinto da Costa e que deu bastante jeito ao FCP para se tornarem o que são hoje, ao tentarem alienar a homogeneidade nacional que o Benfica tinha e ainda hoje tem. Não passando só por comprar árbitros, a estratégia sempre foi mais abrangente. Embora os jornalistas e políticos vendidos sejam menos mediáticos.
Aqueles que deveriam denunciar a manipulação têm o problema de se considerarem elitistas o suficiente para acharem que a bola está abaixo da política, não devendo ser dada muita atenção à primeira sob pena de levarem com o epíteto de populistas. No fundo, ambas são uma guerra tribal onde o Cabreu utiliza as mesmíssimas tácticas: o apelo à emoção, a arrogância iluminada e o desprezo por quem o lê. A função de Cabreu é a de arrebanhar pessoas acéfalas para a causa PSD/FCP, e já nem sequer entro pelo teor xenófobo do twit, que é indigno de um deputado da República.
Cabreu Amorim desculpou-se mais tarde pelo comentário, como o bom hipócrita que é, porque isto de ser candidato à Câmara de Gaia oblige. Hipocrisia essa, que já se tinha visto quando criticou o ministro Vítor Gaspar. O que lhe valeu a carinhosa alcunha de "ratazana gorda" entre os seus correligionários, devido à expressão idiomática sobre roedores e navios a afundarem. Não se pode agradar a todos.
O próprio ministro Gaspar aproveitou para fazer uma piada, uma vez que está na moda fazerem-se piadas com o Benfica, naquilo a que os americanos chamam de fair game. Piada que surtiu efeito, uma vez que se ouvem as gargalhadas da audiência. Contudo, Gaspar não sofre com o Benfica, como ele diz, uma vez que é um psicopata, e as características de um psicopata são a falta de empatia e a superficialidade emocional. Por isso, não... Gaspar não sofre. Mas goza.
A verdadeira face desta gente revela-se na plenitude neste twit de Cabreu Amorim, deputado do PSD e adepto do FCP, acerca dos magrebinos e que é tão estúpido que só dá para rir. No entanto, nada é inocente naquilo que um propagandista como o Cabreu Amorim diz ou escreve. A guerra norte-sul foi uma manobra de manipulação de massas que começou com Pinto da Costa e que deu bastante jeito ao FCP para se tornarem o que são hoje, ao tentarem alienar a homogeneidade nacional que o Benfica tinha e ainda hoje tem. Não passando só por comprar árbitros, a estratégia sempre foi mais abrangente. Embora os jornalistas e políticos vendidos sejam menos mediáticos.
Aqueles que deveriam denunciar a manipulação têm o problema de se considerarem elitistas o suficiente para acharem que a bola está abaixo da política, não devendo ser dada muita atenção à primeira sob pena de levarem com o epíteto de populistas. No fundo, ambas são uma guerra tribal onde o Cabreu utiliza as mesmíssimas tácticas: o apelo à emoção, a arrogância iluminada e o desprezo por quem o lê. A função de Cabreu é a de arrebanhar pessoas acéfalas para a causa PSD/FCP, e já nem sequer entro pelo teor xenófobo do twit, que é indigno de um deputado da República.
Cabreu Amorim desculpou-se mais tarde pelo comentário, como o bom hipócrita que é, porque isto de ser candidato à Câmara de Gaia oblige. Hipocrisia essa, que já se tinha visto quando criticou o ministro Vítor Gaspar. O que lhe valeu a carinhosa alcunha de "ratazana gorda" entre os seus correligionários, devido à expressão idiomática sobre roedores e navios a afundarem. Não se pode agradar a todos.
O próprio ministro Gaspar aproveitou para fazer uma piada, uma vez que está na moda fazerem-se piadas com o Benfica, naquilo a que os americanos chamam de fair game. Piada que surtiu efeito, uma vez que se ouvem as gargalhadas da audiência. Contudo, Gaspar não sofre com o Benfica, como ele diz, uma vez que é um psicopata, e as características de um psicopata são a falta de empatia e a superficialidade emocional. Por isso, não... Gaspar não sofre. Mas goza.
quarta-feira, 12 de junho de 2013
Inconformismo
No final de Abril tive a felicidade de ter estado com pessoas que já não via há algum tempo e de perceber que quem passou pelas mesmas situações que eu consegue compreender o que me sucede na alma com esta ansiedade que me tenta dominar, e que viver numa casa cheia de vida é muito mais saudável do que viver numa casa onde existe uma energia mais parada e onde me sinto contaminado pelo ambiente doentio que me rodeia. Trata-se de feng shui e cada casa tem os seus próprios ritmos.
Concluí que o principal problema na vida de cada pessoa é que cada uma delas cria os seus próprios vícios existenciais pelo facto de se sentir em casa. Isto acontece com os seres humanos de uma maneira geral. A procrastinação e a falta de motivação para se fazerem coisas simples, como passear o cão ou correr, advém disso. Do facto de uma pessoa estar imersa de tal modo na sua própria dinâmica que escapar-se-lhe se torna quase impossível. Isto é algo inerente e quase impercetível. A solução encontra-se no espírito, sendo do conhecimento geral que este assume a forma de uma espada, que permite cortar com esta modorra asfixiante. O grande mistério das pessoas que se conformaram ao seu estado de coisas é perceber onde é que as outras, as que têm uma espada, encontram a força de vontade para conseguirem acontecer.
Concluí que o principal problema na vida de cada pessoa é que cada uma delas cria os seus próprios vícios existenciais pelo facto de se sentir em casa. Isto acontece com os seres humanos de uma maneira geral. A procrastinação e a falta de motivação para se fazerem coisas simples, como passear o cão ou correr, advém disso. Do facto de uma pessoa estar imersa de tal modo na sua própria dinâmica que escapar-se-lhe se torna quase impossível. Isto é algo inerente e quase impercetível. A solução encontra-se no espírito, sendo do conhecimento geral que este assume a forma de uma espada, que permite cortar com esta modorra asfixiante. O grande mistério das pessoas que se conformaram ao seu estado de coisas é perceber onde é que as outras, as que têm uma espada, encontram a força de vontade para conseguirem acontecer.
sexta-feira, 26 de abril de 2013
O Discurso Acerca da Perfeição, segundo Kubo
A palavra "perfeição" provém do latim perficio ("acabar", "dar um fim") e define algo completo ou isento de falhas. A sua natureza paradoxal tem intrigado os filósofos desde sempre, devido ao facto de lidar com vários problemas ontológicos, desde logo pela possibilidade de existir um propósito na criação da realidade. Sob o ponto de vista psicológico, o perfeccionismo leva a que um indivíduo tente por vezes atingir um patamar demasiado alto, que pode levar à depressão caso não seja atingido.
Apesar de ser uma série de acção, o manga Bleach do autor japonês Tite Kubo aborda o conceito de perfeição. Teorizado, como se de uma palestra se tratasse, por Mayuri Kurotsuchi, a personagem que encarna o arquétipo do cientista-louco.
No universo de Bleach existem vários planos de existência e Mayuri é um shinigami, que na cultura japonesa personifica a morte. Neste caso trata-se de um ser espiritual que actua como guardião das almas que se encontram no ciclo de transmigração.
O seu interlocutor e antagonista neste combate feito diálogo filosófico é Szayelaporro, uma alma narcisista e egomaníaca, corrompida pela insanidade resultante do prazer que obtém em torturar as suas vítimas; Sade explicaria melhor esta característica; e que rivaliza em sadismo, crueldade e conhecimento científico com Mayuri.
O trunfo final de Szayelaporro é uma técnica denominada Gabriel, o nome do anjo que anunciou a concepção a Maria, e que lhe permite renascer após o seu próprio corpo espiritual ter sido destruído, utilizando as células de um hospedeiro, para criar um novo corpo para si próprio. Esta habilidade, semelhante ao renascer de uma fénix e que se inspira na imagética da Ressurreição pascal, faz com que Szayelaporro proclame arrogantemente que é o ser perfeito (完璧な生命, kanpeki na seimei) devido ao facto de se ter tornado imperecível. Apesar da habilidade ser elogiada por Mayuri, esta não é suficiente para que Szayelaporro ganhe o duelo.
No rescaldo da batalha, Mayuri dedica-se a explicar ao seu agonizante inimigo que não existe algo que seja perfeito neste mundo, o que, parecendo um lugar comum, não deixa de ser a realidade. Tal não impede o homem comum de admirar a perfeição e de procurar atingi-la como se esta fosse algo de tangível.
Indagando sobre o propósito da perfeição, Mayuri afirma veementemente que este não existe, reiterando que a detesta. Explicando que algo que é perfeito não deixa nada para explorar, espaço à imaginação ou qualquer ganho de conhecimento.
A perfeição só traz desespero aos homens de ciência, cujo objectivo é o de criar sempre algo mais sublime do que aquilo que foi criado anteriormente, embora nunca atingindo o estado perfeito e devendo estes encontrar prazer nessa contradição.
Mayuri conclui afirmando que Szayelaporro foi derrotado no momento em que proferiu o disparate acerca da perfeição. A vitória atribuída a quem teve o intelecto superior.
Apesar de ser uma série de acção, o manga Bleach do autor japonês Tite Kubo aborda o conceito de perfeição. Teorizado, como se de uma palestra se tratasse, por Mayuri Kurotsuchi, a personagem que encarna o arquétipo do cientista-louco.
No universo de Bleach existem vários planos de existência e Mayuri é um shinigami, que na cultura japonesa personifica a morte. Neste caso trata-se de um ser espiritual que actua como guardião das almas que se encontram no ciclo de transmigração.
O seu interlocutor e antagonista neste combate feito diálogo filosófico é Szayelaporro, uma alma narcisista e egomaníaca, corrompida pela insanidade resultante do prazer que obtém em torturar as suas vítimas; Sade explicaria melhor esta característica; e que rivaliza em sadismo, crueldade e conhecimento científico com Mayuri.
O trunfo final de Szayelaporro é uma técnica denominada Gabriel, o nome do anjo que anunciou a concepção a Maria, e que lhe permite renascer após o seu próprio corpo espiritual ter sido destruído, utilizando as células de um hospedeiro, para criar um novo corpo para si próprio. Esta habilidade, semelhante ao renascer de uma fénix e que se inspira na imagética da Ressurreição pascal, faz com que Szayelaporro proclame arrogantemente que é o ser perfeito (完璧な生命, kanpeki na seimei) devido ao facto de se ter tornado imperecível. Apesar da habilidade ser elogiada por Mayuri, esta não é suficiente para que Szayelaporro ganhe o duelo.
No rescaldo da batalha, Mayuri dedica-se a explicar ao seu agonizante inimigo que não existe algo que seja perfeito neste mundo, o que, parecendo um lugar comum, não deixa de ser a realidade. Tal não impede o homem comum de admirar a perfeição e de procurar atingi-la como se esta fosse algo de tangível.
Indagando sobre o propósito da perfeição, Mayuri afirma veementemente que este não existe, reiterando que a detesta. Explicando que algo que é perfeito não deixa nada para explorar, espaço à imaginação ou qualquer ganho de conhecimento.
A perfeição só traz desespero aos homens de ciência, cujo objectivo é o de criar sempre algo mais sublime do que aquilo que foi criado anteriormente, embora nunca atingindo o estado perfeito e devendo estes encontrar prazer nessa contradição.
Mayuri conclui afirmando que Szayelaporro foi derrotado no momento em que proferiu o disparate acerca da perfeição. A vitória atribuída a quem teve o intelecto superior.
quinta-feira, 25 de abril de 2013
Um Abril que soa a marcha fúnebre
Trinta e nove anos de oligarquia com sabor a participação eleitoral, numa sociedade governada por bancários e magnatas, que pende à esquerda mas que elegeu um presidente, um governo e uma maioria de direita. Uma direita revanchista que esperou pacientemente uma oportunidade de se vingar e de acertar contas com Abril, uma vez que domina a forma como os portugueses pensam devido a um criterioso esquema de lavagem cerebral. A discussão política, segundo a opinião das gerações mais velhas, foi uma moda dos anos setenta. Actualmente só a bola se discute com a mesma intensidade porque o homem-público criou um fosso entre ele e a ralé, para evitar a discussão e permitir que toda a análise política seja essencialmente demagógica.
Este marasmo desenvolve-se numa sociedade infantilizada e acrítica, porque quem está no topo não quer cidadãos que pensem. Porque se pensarem, chegam facilmente à conclusão que poderiam perfeitamente não estar sujeitos à miséria de vida que têm. Essa consciência levaria a que cidadãos com C grande se revoltassem, e ninguém quer que a Revolução se faça, porque isso vai contra os "interesses" dos nababos que se encontram acomodados no alto do seu pedestal. Só numa sociedade infantilizada e acrítica é que mitos como o de "ter vivido acima das nossas possibilidades, "ter que pagar a dívida", ou o de que "gerir um País é como gerir uma casa" encontram razão de ser. A eutanásia da sociedade está em curso já desde há algum tempo.
O dia feriado deveria ser a 7 de Abril (de 2011), o dia em que a Troika aterrou na Portela. O regime de 25 de Abril (de 1974) já não existe desde o édito Aprilis Finitum e do momento em que a "República Portuguesa" passou de ser uma nação agiota a um protectorado do FMI. A agiotagem é essencialmente contra os valores de '74 uma vez que não respeita o indivíduo ou a Liberdade. A agiotagem pretende a escravidão do indivíduo através da escravidão de toda uma sociedade. O sequestro de uma geração e de décadas de vida do povo português, cujo sangue e suor irão alimentar a ganância voraz do sistema financeiro mundial, e onde Abril (de '74) é apenas uma gargalhada nos corredores de um arranha-céus nova-iorquino.
Este marasmo desenvolve-se numa sociedade infantilizada e acrítica, porque quem está no topo não quer cidadãos que pensem. Porque se pensarem, chegam facilmente à conclusão que poderiam perfeitamente não estar sujeitos à miséria de vida que têm. Essa consciência levaria a que cidadãos com C grande se revoltassem, e ninguém quer que a Revolução se faça, porque isso vai contra os "interesses" dos nababos que se encontram acomodados no alto do seu pedestal. Só numa sociedade infantilizada e acrítica é que mitos como o de "ter vivido acima das nossas possibilidades, "ter que pagar a dívida", ou o de que "gerir um País é como gerir uma casa" encontram razão de ser. A eutanásia da sociedade está em curso já desde há algum tempo.
O dia feriado deveria ser a 7 de Abril (de 2011), o dia em que a Troika aterrou na Portela. O regime de 25 de Abril (de 1974) já não existe desde o édito Aprilis Finitum e do momento em que a "República Portuguesa" passou de ser uma nação agiota a um protectorado do FMI. A agiotagem é essencialmente contra os valores de '74 uma vez que não respeita o indivíduo ou a Liberdade. A agiotagem pretende a escravidão do indivíduo através da escravidão de toda uma sociedade. O sequestro de uma geração e de décadas de vida do povo português, cujo sangue e suor irão alimentar a ganância voraz do sistema financeiro mundial, e onde Abril (de '74) é apenas uma gargalhada nos corredores de um arranha-céus nova-iorquino.
terça-feira, 23 de abril de 2013
A azia como modo de vida
Com isto pretendo demonstrar que as desculpas em forma de grande penalidade que a lagartagem foi pródiga em desencantar, no recente derby com o Benfica, são um tipo de conforto emocional que lhes permite enganarem-se a si próprios. Uma vez que a realidade é sempre mais difícil de encarar, especialmente se for angustiante.
O Sporting vinha embalado pela melhor série da época, três vitórias tangenciais. Uma delas frente a um treinador "adversário" que é ao mesmo tempo dirigente do Sporting, mas que é "profissional" e até vaticinou a vitória da equipa do Lumiar sobre o Benfica, antes da equipa que treina ter perdido em casa com o Porto.
O anti-benfiquismo surge quando os adeptos rivais deixam de ter argumentação e se dedicam simplesmente a ser contra o Benfica. O facto de serem contra o Benfica é a razão da sua existência. Nada mais interessa. Eles pouco se importam se o Sporting ou o Porto perdem, desde que não seja contra o Benfica. A falácia argumentativa que sustenta o anti-benfiquismo chama-se argumentum ad odium e como se percebe, não só é intelectualmente desonesta como é imatura e mesquinha.
Não gosto da manipulação nem que me atirem areia para os olhos. O Benfica jogou com uma equipa que está a quase quarenta pontos abaixo e que até entrou afoita, mas percebeu-se rapidamente que no instante em que o Benfica forçou o portão, aquilo rebentou e foi golo. O Sporting rebentou, juntamente com o Eric Dier e o Miguel Lopes, porque não tem ritmo suficiente para aguentar o momento em que o Benfica carrega no acelerador. Tal como a vitória moral que o Benfica teve no empate frente ao Barcelona, é fácil de perceber que se o Barcelona tivesse aumentado o ritmo teria ganho sem dificuldade esse jogo.
O lateral-direito do "Barcelona C", como foi apelidado pelos anti-benfiquistas, numa tentativa de menorizarem o jogo do Benfica, chama-se Martín Montoya e é melhor do que o Eric Dier, o Miguel Lopes e o titular-lesionado Cédric juntos. Trata-se de uma questão de escala e dos sportinguistas admitirem a mediocridade da sua própria equipa. O lateral-direito do Benfica, de seu nome Maximiliano, é somente semifinalista do Mundial e vencedor da Copa América, embora os sportinguistas não gostem dele porque defende muito em cima e não estende uma passerelle como os defesas do Sporting costumam fazer. Aqui já é mais uma questão de estilo.
Poderia ainda referir o segundo golo, mas não existem imagens deste, uma vez que a empresa do magnata Joaquim Oliveira mandou remover o vídeo do Youtube, não fosse o pintinho ficar com azia. Embora sempre se possa perguntar ao Rinaudo e ao André Martins, que ainda devem estar no estádio à procura do Gaitán.
quinta-feira, 11 de abril de 2013
A natureza tem horror ao vácuo
O exemplo mais recente é o do "criativo" Miguel Gonçalves. Este foi ao programa televisivo Prós e Contras a 20 de Julho de 2011, um par de semanas após o governo ter ganho as eleições e um dia antes de tomar posse. Esta cronologia é importante para se perceber uma das mais insidiosas manipulações do governo. Relvas nunca poderia admitir que já sabia quem era Miguel Gonçalves para não evidenciar o embuste e arranjou uma desculpa acerca do facto de o ter visto em vídeos no youtube. Poderia ter sido no vimeo, mas era necessário criar empatia e o youtube é mais conhecido.
A mensagem de que um indivíduo pode ter sucesso em tudo e mais alguma coisa desde que seja ousado e imaginativo, esquecendo propositadamente que o sistema se encontra viciado e que abomina o mérito, nunca me cativou. A falácia argumentativa do cândido Miguel designa-se por evidência incompleta e o estilo de discurso baseia-se na hiperbolização. O seu objectivo fulcral sempre foi o de promover a peugada neo-liberal e degradar o factor trabalho. A agenda seguida não é inocente nem desinteressada, embora se tente camuflar como tal para evitar ser denunciada.
O vídeo do programa televisivo fez sucesso nas redes sociais, mas não me conseguiu converter. Talvez por eu próprio ter pouca tolerância à banha da cobra, à vacuidade e por a própria realidade do mercado de trabalho não deixar que seja enganado por esse tipo de intrujice, mesmo que se encontre disfarçada de oratória motivacional.
O chamado "Impulso Jovem" nunca foi um programa de estímulo económico. Sempre foi uma acção de propaganda. Por isso é que foi apresentada por Relvas, o ministro da Propaganda e não pelo histriónico ministro da Economia e do Emprego.
O próprio Miguel Gonçalves, na sua apresentação como "embaixador" do "Impulso Jovem" tentou evitar as perguntas sobre política para não se notar a evidência de que só existe enquanto fabricação. Exactamente uma semana depois de mais esta acção de propaganda, o ministro das Finanças corta-lhe os fundos. Deve ter feito uma análise custo-benefício e chegado à conclusão de que a contratação pro bono do "bate-punho" lançou o descrédito. Se existe algo fundamental em propaganda é a de que esta tem de ser credível, para conseguir enganar as pessoas. Gaspar não gosta de pipocas, uma vez que deve cortar no açúcar e no sal.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Humor Britânico
Margaret Thatcher (1925 - 2013)
A baronesa Thatcher havia já sido "morta" por vários artistas tais como Morrissey, vocalista dos The Smiths, ou por Elvis Costello. No entanto, a doutrina actual de desregulação dos mercados financeiros, de flexibilização laboral e de privatização das companhias estatais, mostram que o seu tipo de política está mais vivo do que nunca. Não adianta a bruxa ter morrido, como cantam alegremente as pessoas de bem, se existe uma cambada, que é uma porção de objetos pendurados por um fio, de malfeitores dispostos a seguir a sua política.
Prime Minister: Yes, it's all very simple. I want you to abolish economists.
Jim Hacker: (mouth open) Abolish economists, Prime Minister?
Prime Minister: Yes, abolish economists, and quickly.
Sir Humphrey: (silkily) All of them, Prime Minister?
Prime Minister: Yes, all of them. They never agree on anything. They just fill the heads of politicians with all sorts of curious notions, like the more you spend, the richer you get.
(...)
Yes Minister - The Thatcher Sketch (1984)
domingo, 7 de abril de 2013
Dois anos de FMI
O mentiroso compulsivo Pedro Passos Coelho prossegue o embuste de que o dinheiro se destina a defender o estado social porque um demagogo necessita sempre de ter uma argumentação de qualquer tipo, mesmo que semelhante argumentação seja falaciosa. Tal como anteriormente estimulou o ódio entre os trabalhadores do sector público e do sector privado, o chantagista tenta agora colocar os portugueses contra o Tribunal Constitucional, encontrando o bode expiatório que os propagandistas vinham cozinhando desde há algum tempo junto da opinião pública, que se encontra completamente envenenada com o trabalho do spin dos comentadores.
A estratégia é fraca, como se pode perceber, de tal modo é evidente. O segundo resgate vem a caminho e Passos Coelho nem sequer se exime de o anunciar, uma vez que já tem um álibi, como num romance policial de segunda categoria. A palavra de ordem deste governo é a doutrina da agiotagem, inspirada pela fúria predatória da alta finança. Os especuladores riem-se enquanto o povo sangra. Infelizmente vivemos num protectorado financeiro executado por traidores. Os invasores têm de morrer.
The Prodigy - Invaders Must Die
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Voltar à vida na Páscoa é demasiado trendy
Durante o estado vegetativo da minha hibernação blogosférica, ainda tentei fazer vários arranques por pura convicção de consciência. No entanto, a minha já afamada tendência para a procrastinação tomava sempre a melhor. Não porque eu quisesse que esta ganhasse ao meu descargo de consciência, mas sim por não saber como estava a minha alma. Quando não há vibração anímica, o espírito não flui. Não se podem travar batalhas quando o kata é imperfeito.
As estações passaram como vento e a rede Zuckerberg foi suficiente para os textos que no entretanto produzi sobre a espuma dos dias. Quando se começa a blogar, parece que tudo o que escrevemos é um tratado filosófico. Passado algum tempo, a publicação de posts passa a ser um vício. Todos querem escrever o post perfeito e pertencer à fina-flor da blogosfera, que por motivos óbvios é inatingível apenas pelo mérito. Por fim, reduz-se o círculo à meia-dúzia de conhecidos e fica-se grato pelos IP's que se enganaram na busca e vieram aqui parar ao acaso.
Ao fim de seis meses sem uma linha de facto, tempo suficiente para compreender a ansiedade da minha existência, eis que o blogue se renova, tal como a Primavera que nunca mais chega. Um meio-aniversário onde poderia ter escrito sobre as vindimas, o Sandy, a arte da katana, a época natalícia, o falecimento do Nagisa Oshima, a guerra psicológica no Mali ou os meteoritos na Rússia. Ainda vamos a tempo.
Imagem: "Animal Regulation Series" por Liu Di
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